Demissão de dois importantes ministros no mesmo dia deixou Brasília em clima de ebulição e apreensão.
Surpreendendo o mundo político em Brasília, que estava a braços com a demissão, horas antes, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Ernesto Araújo, o ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo e Silva, pediu demissão do cargo no final da tarde desta segunda-feira, 29 de Março. A demissão de dois importantes ministros de Bolsonaro no mesmo dia deixou Brasília em clima de ebulição e apreensão, pois os contornos da saída do ministro da Defesa ainda não são conhecidos.
Fernando Azevedo e Silva não deu detalhes dos motivos que o levaram a deixar o governo Bolsonaro, tendo feito apenas no comunicado oficial uma evocação dos seus dois anos no cargo. Ressaltou, no que pode ser uma pista da motivação, que ao longo desse período no governo fez tudo o que estava ao seu alcance para preservar as Forças Armadas como uma instituição de Estado, ao serviço do país e não do governo, o que pode ser uma alusão às constantes insinuações de Jair Bolsonaro à decretação de um estado de exceção em que governaria com plenos poderes apoiado nos militares.
Ernesto Araújo e Fernando Azevedo e Silva representavam as duas alas mais fortes do governo Bolsonaro, que têm uma convivência difícil por pugnarem por visões e objetivos diferentes. Araújo, um radical de extrema-direita e fanático religioso, era um dos ícones da chamada ala ideológica, comandada pelos filhos de Jair Bolsonaro e que representa a camada mais retrógrada do governo e da sociedade, e Fernando Azevedo e Silva representava os militares moderados, que defendem a isenção e o poder estabilizador das Forças Armadas e a muito custo tentam manter-se longe das rusgas políticas e dos excessos de outros ministros militares que, apesar de oriundos das casernas, se comportam muito mais como políticos do que como generais.
Ainda não se podem prever as reais e totais consequências destas duas demissões, uma, a de Ernesto Araújo, pedida por quase toda a sociedade, e a outra, a do ministro da Defesa, totalmente inesperada. Mas ambas refletem o grave momento que o Brasil atravessa e a perda de comando de Jair Bolsonaro, que duas semanas atrás, também sob pressão, fora forçado a demitir o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, responsabilizado pela tragédia do avanço sem controlo da pandemia de Coronavírus, que já matou mais de 300 mil brasileiros.
Há cerca de duas semanas que os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, curiosamente aliados de Jair Bolsonaro, assumiram a condução da luta contra a Covid-19 e de outras áreas da governação, assumindo tarefas que caberiam ao descontrolado presidente da República, por avaliarem que ele não tem condições de responder da forma que o país precisa. Fontes em Brasília, não obstante a ausência de informações confiáveis neste momento, apostavam no final da tarde desta segunda-feira que novas mudanças poderiam ocorrer nas próximas horas ou dias no governo de Jair Bolsonaro.
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