Défice de capitais nas empresas na Europa estará entre 2% e 3% do Produto Interno Bruto.
O fim das moratórias bancárias e os respetivos efeitos nas empresas têm de ser olhados "com cuidado", disse hoje o diretor do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alfred Kammer, em conferência de imprensa.
"Claramente temos de olhar para isso com cuidado", disse Alfred Kammer em resposta a uma questão da Lusa, depois de realçar que os bancos entraram na crise causada pela pandemia de covid-19 de uma forma mais resiliente.
Para o diretor regional do FMI, "o mais importante é que os bancos estão a começar a ver qual é a situação real nas empresas", depois de referir que uns países vão retirar medidas de apoio (como o 'lay-off', por exemplo) de forma mais natural do que outros, pela necessidade ou ausência dela.
"É um exercício de futuro ver quais são as empresas que vão ser viáveis depois do fim da pandemia, avaliar os seus planos de negócios, e depois de os avaliarem os bancos vão ter de fazer provisões para potenciais perdas" daí derivadas, disse o economista alemão.
Alfred Kammer referiu que o FMI estima que o défice de capitais nas empresas na Europa estará entre 2% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB), e "alguns governos já têm planos para encurtar este défice juntamente com o setor privado".
O responsável do FMI também foi questionado acerca do alto endividamento da Grécia, considerando que o país "não é muito diferente de muitos dos países na Europa" em circunstâncias similares.
"Se olharmos para a fase da consolidação, claramente temos níveis de dívida mais altos que anteriormente, mas devemos também ter em conta que muitos dos défices orçamentais vão descer automaticamente e não requererá esforços adicionais", referiu Alfred Kammer.
O diretor do departamento europeu salientou que, "quanto mais alto for o crescimento, mais fácil será lidar com níveis de dívida mais altos".
E, apesar de o FMI prever a descida dos custos do pagamento das dívidas, "isso não será suficiente", sendo necessário "um esforço ativo em termos de aconselhamento para o ajustamento orçamental".
"Não é bom o suficiente que para muitos países os níveis de dívida estejam a descer de uma forma passiva. Sabemos que futuras crises vão acontecer", e para responder a elas "precisamos de ter implementadas 'almofadas' orçamentais", disse o responsável.
Alfred Kammer salientou que "a Europa não tem sido muito boa a implementar 'almofadas' orçamentais nos períodos pós-crise", algo a ser melhorado na sequência da atual, no seu entender.
Nas previsões de hoje para todo o continente (e não apenas União Europeia), o FMI aponta para uma recuperação de 4,5% do PIB em 2021, menos 0,2 pontos percentuais que o esperado em outubro.
"Acelerar a produção e distribuição de vacinas é a mudança de política mais crítica neste momento", pode ler-se no relatório de sete páginas relativo ao continente europeu hoje divulgado.
Para o FMI, "quanto mais rápida for a recuperação, menos consequências irão sofrer as pessoas e as empresas relativamente a desemprego, perda de capital humano, e menor investimento em investigação e desenvolvimento".
As políticas monetárias deverão manter-se acomodatícias e os apoios "mais orientados para as empresas viáveis e focados em fortalecer a solvência" das mesmas.
O FMI defende também, com base num estudo por si realizado, que apoios adicionais às famílias, créditos fiscais temporários, apoios a empresas viáveis e subsídios para reintegração laboral no valor de 3% do PIB europeu gerariam um crescimento de 2% do PIB do continente em 2022.
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