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Tráfico de droga, mortes e fuga: 'El Chapo' começa hoje a ser julgado nos EUA

Acusação inclui 300 mil páginas e pelo menos 117 mil gravações áudio.

05 de novembro de 2018 às 11:23

As provas contra o traficante que se gabou de fornecer "mais heroína, cocaína, marijuana e metanfetaminas do que qualquer outro homem no mundo" ocupam 300 mil páginas de acusação e incluem pelo menos 117 mil gravações áudio. A defesa de Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, El Chapo, extraditado no ano passado para os EUA, garante que não teve tempo para rever todo o material a tempo do julgamento que arranca esta segunda-feira em Nova Iorque, sob fortes medidas de segurança.

El Chapo, algo como O Baixinho, está acusado de ter dirigido, entre 1989 e 2014, o poderoso cartel de Sinaloa, responsável pelo envio de mais de 150 toneladas de cocaína para os EUA. O famoso narcotraficante é também suspeito de protagonizar uma campanha de assassínios e sequestros e da lavagem de milhares de milhões de dólares. Declarou-se inocente perante as autoridades norte-americana e arrisca, caso seja condenado, prisão perpétua.

"Vai ser o julgamento mais caro da história", disse à AFP o advogado da Carolina do Norte Rob Heroy, que já defendeu outros "barões" da droga mexicanos nos EUA. Nas contas do magistrado, o julgamento vai custar mais de "50 milhões de dólares", aproximadamente 44 milhões de euros, um preço que incluiu programas de proteção para algumas das centenas de testemunhas que irão falar perante o juiz Brian Cogan e um conjunto de jurados, que não estarão na sala de audiências e serão escoltados por forças de segurança diariamente para o tribunal.

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Vídeo mostra fuga de 'El Chapo' da prisão

Existem ainda testemunhas que estão já detidas – mas também estas estão sujeitas a medidas especiais, tendo sido colocados em alas especiais dos respetivos estabelecimentos prisionais para não sofrerem represálias. Heroy explica que os seus testemunhos serão fundamentais para a sentença e nem os advogados do narcotraficante sabem que irá depor. "Que ninguém espere ver fotos de Guzmán a carregar cocaína ou a receber malas com dinheiro".

Joaquín transformou-se em El Chapo e chegou a traficante mais poderoso do mundo após a morte do colombiano Pablo Escobar, em 1993. O culminar de um caminho que começou numa infância pobre, mais um detalhe que ajudou a criar um mito – que tem até direito a uma série na plataforma digital Netflix. Constou da lista dos mais ricos da Forbes, casou várias vezes e foi protagonista de fugas cinematográficas de prisões de alta segurança. Agora, as autoridades norte-americanas dizem que foi substituído na liderança do cartel pelos filhos.

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