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Estados-membros da UE debatem sobre apoio a Moçambique

Mais de 500 militares moçambicanos foram formados desde 1 de setembro de 2024 pela Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique.

20 de setembro de 2025 às 21:57

Os países da União Europeia (UE) debatem atualmente sobre o apoio militar no combate ao terrorismo na província moçambicana de Cabo Delgado, que enfrenta a insurgência armada desde 2017, disse este sábado o embaixador da UE em Moçambique.

"Claro que é uma questão que está sobre a mesa e posso dizer que precisa de uma decisão de unânime dos 27 estados-membros, que ainda não é presente", disse hoje o embaixador da UE em Moçambique, António Maggiore, durante as celebrações do Dia Mundial da Limpeza, em Maputo.

Segundo o diplomata, neste momento, "não é possível" avançar com garantias sobre o apoio militar, letal, ao país africano, além da formação e equipamento não-letal que já tem sido prestado.

"O que posso dizer é que a questão está sobre a mesa e, em função da nossa parceria, em função da nossa visão conjunta de segurança, podemos continuar a discutir essa questão", concluiu.

Em 10 de setembro, o novo comandante da Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique (EUMAM-MOZ) prometeu continuar a capacitação das forças moçambicanas para manterem uma "posição firme no combate" ao extremismo em Cabo Delgado.

"Nós estamos a apoiar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique [FADM], elas próprias, a conseguir fazer esta avaliação, conseguirem estar estruturadas e capacitadas para manterem uma posição firme no combate ao que está a acontecer em Cabo Delgado por forma a atingir a estabilidade e segurança", disse o novo comandante da EUMAM-MOZ, o comodoro César Manuel Pires Correia.

Mais de 500 militares moçambicanos foram formados desde 1 de setembro de 2024 pela Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique (EUMAM-MOZ), foi anunciado no início do mês, no balanço do primeiro ano de atividade.

A União Europeia anunciou, em 2024, a adaptação dos objetivos estratégicos da anterior Missão de Formação Militar da UE em Moçambique (EUTM-MOZ), que transitou, em 01 de setembro do mesmo ano, do modelo de treino para um de assistência, passando, assim, a designar-se EUMAM-MOZ.

A EUTM-MOZ, que como a atual EUMAM-MOZ foi liderada por Portugal, formou em dois anos mais de 1.700 militares comandos e fuzileiros moçambicanos, que passaram a constituir 11 companhias de Forças de Reação Rápida (QRF, na sigla em inglês) e já combatem o terrorismo em Cabo Delgado, bem como uma centena de formadores.

A missão em Moçambique foi ainda financiada, através do Mecanismo Europeu para a Paz, para aquisição de todo o tipo de equipamento não letal para estas companhias de forças especiais.

A província de Cabo Delgado, rica em gás e que sofre ataques desde 2017, regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, Mocímboa da Praia.

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