A edição de hoje
Prevê-se agravamento das condições meteorológicas, com ventos fortes que podem atingir os 110 quilómetros por hora. Há pelo menos 25 mortos.
Os grandes incêndios que lavram há uma semana em Los Angeles continuam a não dar tréguas e podem piorar nos próximos dias, dizem as autoridades, que alertam para uma “situação crítica”.
O Serviço Nacional de Meteorologia prevê um agravamento das condições do tempo com a intensificação dos ventos fortes que podem chegar até aos 110 quilómetros por hora, o que pode aumentar o risco de novos focos de incêndio, colocando mais vidas em risco e aumentando a magnitude da tragédia que já consumiu até agora mais de mil quilómetros quadrados.
“A vegetação seca, combinada com as condições meteorológicas extremas e prolongadas, favorecerá a rápida propagação e o comportamento errático de quaisquer incêndios novos ou existentes”, informou o serviço de meteorologia.
Os bombeiros, com o apoio de meios aéreos, têm tentado atrasar a propagação dos incêndios, mas o vento tem sido o grande inimigo, dificultando os esforços de contenção das chamas. Os bombeiros de Los Angeles dizem ter sido reforçados com dezenas de novos camiões e com a ajuda de mais operacionais de outras regiões para fazer face à nova ameaça.
“Estejam prontos para uma evacuação. Sigam todos os avisos e ordens de retirada sem demora e mantenham-se afastados das estradas e de quaisquer áreas afetadas”, apelou a comandante dos bombeiros de Los Angeles.
Até ao momento, os fogos já causaram a morte de pelo menos 25 pessoas, 17 das quais morreram no incêndio de Eaton e oito no de Palisades. No entanto, as autoridades acreditam que o número de mortes pode aumentar.
“Infelizmente, todos os dias estamos a encontrar os restos mortais de membros da comunidade. Não é um trabalho fácil. É muito triste informar. Acredito que vamos continuar a encontrar restos mortais”, disse o xerife do condado de Los Angeles.
Há ainda pelo menos 27 pessoas desaparecidas. No total, mais de 12 mil casas e infraestruturas foram consumidas. As chamas estão a reduzir bairros inteiros a cinzas e a deixar milhares de pessoas desalojadas. Mais de 180 mil pessoas receberam ordem de retirada pelo menos até quinta-feira. As zonas evacuadas só poderão ser reabertas quando as condições meteorológicas forem favoráveis.
Milhares de seguros cancelados antes do fogo
Milhares de pessoas viram os seguros das suas casas serem cancelados na Califórnia, nos últimos anos, devido a uma crise no setor.
Muitos proprietários viram-se incapazes de obter seguro uma vez que várias seguradoras retiraram-se do estado devido a grandes perdas e à incapacidade de aumentar os prémios ou avaliar o risco devido às leis da Califórnia.
Só entre 2020 e 2022, cerca de 2,8 milhões de apólices foram canceladas neste estado que está a ser devastado pelos incêndios, sendo 531 mil apenas no condado de Los Angeles.
A maior seguradora da Califórnia, a State Farm, anunciou em março do ano passado que não renovaria cerca de 72 mil apólices no verão, justificando a decisão com a inflação e riscos crescentes de catástrofes.
Cerca de 1600 apólices foram canceladas em Pacific Palisades em julho. A mesma seguradora cancelou mais de duas mil apólices também nos bairros de Brentwood, Calabasas, Hidden Hills e Monte Nido, em Los Angeles.
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