Esta segunda-feira, deveria arrancar a missão dos inspectores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) na Síria, motivada pelo ataque com agentes nervosos em Douma, a 7 de abril. Contudo, o diretor-geral da OPAQ, Ahmet Üzümcü, indicou à delegação britânica que ainda não foi concedido acesso aos locais afetados. Os funcionários pretendem recolher provas sobre a ofensiva que os EUA, Reino Unido e França imputam à Síria.
EUA ameaçam com novos ataques à Síria
Esta segunda-feira, numa reunião à porta fechada na sede da OPAQ em Haia, Holanda, o enviado norte-americano levantou a hipótese de a Rússia ter adulterado o local do alegado ataque com armas químicas. "Pensamos que os russos podem ter visitado o local. É uma preocupação que eles o possam ter adulterado com a intenção de invalidar os esforços da missão da OPAQ de conduzir uma investigação eficaz", afirmou Kenneth Ward, citado pela Reuters. "Estamos a demorar muito na condenação, por este Conselho, do governo sírio pelo seu reino de terror químico."
Uma fonte diplomática indicou à agência noticiosa que podem ter sido removidas provas da zona de Douma enquanto os inspetores estavam a negociar com o regime sírio as condições de acesso às áreas afetadas.
No terreno, os inspetores da OPAQ tencionam recolher amostras, entrevistar testemunhas e angariar provas para determinar que toxinas foram usadas contra as vítimas. Não cabe à organização apurar as responsabilidades, nesta fase.
No dia 14 de abril, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu de emergência para discutir o ataque aliado à Síria, que os Estados Unidos, França e Reino Unido garantem ter visado infraestruturas ligadas ao desenvolvimento de armas químicas. Os três países avançaram com uma resolução junto da ONU que apela a um cessar-fogo e conversações de paz.
A Rússia está a estudar o documento. "Ainda só foi apresentada, o trabalho tem de continuar, nós não a rejeitamos de imediato, precisamos de ver", afirmou Piotr Ilichev, que dirige o departamento de relações internacionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Os Estados Unidos vão avançar com mais sanções contra a Rússia, destinadas a empresas ligadas a armas químicas. O anúncio foi feito por Nikki Haley, embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas.
Porém, a União Europeia não deverá acompanhar os EUA. Depois do ataque dos aliados, pretende enveredar pela via diplomática. Hoje, ocorre uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-membros, no Luxemburgo.
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