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EUA anunciam sanções contra rede que exportava petróleo iraniano para China

Medida visa enfraquecer as fontes de financiamento das Forças Armadas do Irão que utilizam os lucros da venda de petróleo para apoiar grupos considerados terroristas pelos EUA, de acordo com o governo norte-americano.

06 de fevereiro de 2025 às 17:29

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou esta quinta-feira um novo conjunto de sanções contra uma rede internacional que alegadamente terá facilitado a exportação de milhões de barris de petróleo iraniano para a China.

Segundo o Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), a operação envolveu entidades e indivíduos com sede na China, na Índia e nos Emirados Árabes Unidos, além de vários petroleiros.

A medida visa enfraquecer as fontes de financiamento das Forças Armadas do Irão, que, de acordo com o Governo norte-americano, utiliza os lucros da venda de petróleo para apoiar grupos considerados terroristas pelos EUA, incluindo o movimento islamita Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah e os rebeldes Huthis.

"O regime iraniano continua a direcionar as suas receitas petrolíferas para o desenvolvimento do seu programa nuclear, a produção de mísseis balísticos e 'drones', e o financiamento de grupos terroristas regionais", escreveu o secretário do Tesouro, Scott Bessent, num comunicado esta quinta-feira divulgado.

"Os Estados Unidos estão empenhados em travar todas as tentativas do Irão de garantir financiamento para estas atividades malignas", assegurou Bessent.

A investigação do OFAC revelou que a Sepehr Energy - uma empresa de fachada do Irão - utilizou métodos fraudulentos para ocultar a origem iraniana do petróleo comercializado, recorrendo a falsificação de documentos marítimos e à alteração dos nomes de embarcações.

Uma das embarcações envolvidas é o petroleiro SIRI (anteriormente conhecido como ANTHEA), que opera ao largo da costa de Singapura com uma carga de milhões de barris de petróleo iraniano.

Segundo o Departamento de Tesouro norte-americano, o capitão do SIRI, Arash Lavian, tomou medidas para ocultar a verdadeira identidade do navio e apresentou documentos falsificados a autoridades portuárias.

Outras embarcações sancionadas incluem os petroleiros ELSA, HEBE e BOREAS, que receberam apoio da empresa indiana Marshal Ship Management Private Limited, também alvo das sanções.

O cidadão indiano Ryan Xavier Aranha, diretor da companhia, foi identificado como responsável por recrutar tripulações para os navios ligados à Sepehr Energy.

As sanções agora impostas bloqueiam qualquer propriedade ou interesse financeiro das entidades e indivíduos sancionados nos Estados Unidos.

Além disso, qualquer empresa ou pessoa que mantenha relações comerciais com estas entidades poderá estar sujeita a sanções secundárias, incluindo restrições no acesso ao sistema financeiro norte-americano.

Esta ação está alinhada com a política de máxima pressão que tinha sido imposta pelo anterior Governo do Presidente Joe Biden, que visa negar ao Irão qualquer capacidade para o desenvolvimento de armas nucleares.

Pequim tem historicamente contestado a imposição de sanções unilaterais pelos EUA, defendendo que tais medidas são ilegítimas sem o aval das Nações Unidas.

Com este novo conjunto de sanções, os Estados Unidos reafirmam a sua intenção de travar o fluxo financeiro que sustenta o programa militar do Irão.

A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, reiterou que os Estados Unidos não tolerarão as atividades desestabilizadoras do Irão e que continuarão a utilizar todos os instrumentos disponíveis para travar o financiamento do Exército iraniano e dos grupos terroristas associados.

"Vamos interromper os fluxos de financiamento ilícito que sustentam as forças armadas iranianas e grupos como Hamas e Hezbollah", assegurou Bruce.

Esta nova ronda de sanções insere-se no quadro de uma das ordens executivas do Presidente Donald Trump, que reforça a autoridade do Governo norte-americano para impor medidas contra setores-chave da economia iraniana.

O objetivo, segundo o Departamento de Estado, é responsabilizar o regime de Teerão pelas suas atividades desestabilizadoras e impedir avanços no seu programa nuclear.

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