Apesar das difíceis negociações entre Washington e Ancara terem chegado a bom termo, o acordo só entrará em vigor depois de o Parlamento turco o aprovar, o que poderá acontecer já hoje, durante uma sessão para o efeito, pedida pelo Governo.
Vecdi Gonul não revelou detalhes do acordo, mas fontes diplomáticas em Ancara indicaram que as tropas americanas deverão permanecer entre 10 a 15 dias em território turco, antes de entrarem no Curdistão iraquiano, controlado desde 1991 por grupos curdos que se opõem ao regime de Saddam Hussein.
O acordo prevê que as tropas turcas não participem numa eventual intervenção militar no Iraque, mas serão autorizadas a penetrar até 60 quilómetros no Curdistão iraquiano, como medida de precaução para impedir possíveis tentativas de atentados contra a fronteira turca.
Recorde-se que o ministro da Economia turco, Ali Babacan, havia anunciado que os EUA ofereceram a Ancara 6.000 milhões de dólares pela utilização das bases e movimento de tropas no território turco, mais a possibilidade de Ancara contrair até 24.000 milhões de dólares em empréstimos.
O impasse das negociações entre Washington e Ancara para tornar efectivo o acordo ficou a dever-se ao facto de o Governo turco ter exigido uma compensação mais elevada, para fazer face a eventuais prejuízos causados por uma guerra no Iraque.
A operação militar de ataque ao Iraque deverá ter uma frente Sul, a partir do Koweit, e uma frente Norte, a partir da Turquia, por forma a sustentar uma invasão em duas frentes, para obrigar o Exército iraquiano a dividir as suas forças e, assim, dificultar a resistência defensiva.
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