Empresa de saúde faz experiências ilegais e mata doentes Covid-19 no Brasil
Operadora de saúde acusada de testar medicamentos de eficácia duvidosa e de esconder mortes.
Domingos Grilo Serrinha e correspondente no Brasil
3 de Outubro de 2021 às 09:33
A operadora de saúde brasileira Prevent Senior, especializada em atendimento a idosos e muito próxima ao ideário político e sanitário de Jair Bolsonaro, foi acusada de causar a morte de vários doentes de Covid-19 ao tratá-los com medicamentos de eficácia duvidosa para agradar ao presidente ou retirá-los precocemente dos cuidados intensivos para reduzir custos, mesmo sabendo que morreriam.
De acordo com as denúncias, a Prevent Senior usou ilegalmente 636 doentes graves de Covid internados nos seus hospitais, sem o seu conhecimento ou das suas famílias, para realizar experiências com medicamentos rejeitados mundialmente mas ‘prescritos’ e defendidos até hoje por Bolsonaro, como a Cloroquina ou a Ivermectina. O relatório final dessa assustadora experiência com humanos, asseguram os médicos que denunciaram o caso, escondeu as mortes provocadas pelos testes e teve os resultados adulterados para permitir ao presidente ‘provar’ a tese dele de que a Covid-19 tem cura e que é o resto do Mundo que está errado.
Em depoimento à Comissão do Senado que apura os crimes cometidos durante a pandemia, a advogada Bruna Morato, que representa um grupo de médicos da Prevent que fez as denúncias, denunciou ainda que doentes com Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos tiveram o oxigénio reduzido quando demoravam a reagir para morrerem sem deixar vestígios e abrirem vaga para outras pessoas. Os médicos que se opunham eram ameaçados e até despedidos.
O CEO da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, confirmou à CPI que doentes graves com Covid-19 foram retirados da UCI após 14 ou 21 dias e levados para o que ele chamou de “tratamento paliativo”, mas justificou que a medida era para os pacientes “morrerem com dignidade” por o quadro deles ser irreversível.
PORMENORESPoupar nos custos
Além de ajudar a promover as teorias defendidas pelo governo de Bolsonaro sobre a ‘cura’ da doença, a Prevent Senior recorria a medicamentos sem eficácia comprovada para tratar doentes com Covid-19 por serem mais baratos.
Mortes escondidas
A empresa mudava o Código Internacional de Doença relativo à Covid-19 dos doentes após 15 dias, alegadamente para permitir que saíssem do isolamento. Desta forma, se acabassem por morrer ao fim desse período, a causa nunca seria o Covid, mas outra coisa qualquer.
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