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Família de seis pessoas assassinada a tiro em Pernambuco após morte de dois polícias

Massacre foi transmitido ao vivo nas redes sociais.
Domingos Grilo Serrinha e correspondente no Brasil 16 de Setembro de 2023 às 14:29
Polícia brasileira
Polícia brasileira FOTO: Getty Images

Numa inacreditável sucessão de brutalidades, e, provavelmente, numa vingança de polícias pela morte de colegas, oito pessoas morreram a tiro em menos de 14 horas na cidade brasileira de Camaragibe, na região metropolitana de Recife, capital do estado de Pernambuco.

As primeiras mortes, de dois polícias, ocorreram às 21 horas locais de quinta-feira, e a última, do homem que os matou, às 11 horas desta sexta, no bairro Tabatinga, no nordeste brasileiro.

Pelas informações que foi possível obter até este sábado, uma vez que o clima de medo é indescritível entre moradores e quase todos permanecem em silêncio sobre o que realmente aconteceu, a polícia foi chamada na noite de quinta-feira por pessoas incomodadas com o som alto proveniente de uma residência onde, aparentemente, havia uma festa.

A intervenção dos dois agentes da Polícia Militar enviados ao local, o cabo Rudolfo José da Silva e o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, não foi bem recebida.

Houve discussão e, de repente, um dos frequentadores da festa, Alex Silva, praticante amador de tiro, e os militares começaram a trocar tiros. Os dois agentes foram mortos.

Pouco depois, perto das 2h00 desta sexta pelo horário local, 6h00 em Lisboa, a casa da família do atirador foi invadida por homens encapuzados e com armas de alto calibre, que assassinaram com uma rajada de tiros à queima-roupa os três irmãos de Alex, Amerson, Apuynã e Ágata.

Este massacre foi transmitido ao vivo no Instagram, pois quando os desconhecidos, que moradores do bairro dizem ser polícias a vingar a morte dos colegas, entraram na residência, Ágata estava a fazer um direto para aquela rede social.

Ao amanhecer, mais duas pessoas da família de Alex foram mortas, a mãe, Maria José, e uma outra mulher que não foi possível identificar na hora, mas que se supõe ser a companheira do atirador. Foram encontradas já sem vida num canavial na região de Pau d’Alho, igualmente crivadas de balas.

A sucessão de violência só terminou perto das 11 horas da manhã desta sexta, quando o próprio Alex Silva, que nunca tinha tido problemas com a lei e tinha emprego e uma vida aparentemente tranquila, foi cercado por um forte contingente policial numa mata da região, e com o auxílio de helicópteros, foi localizado e abatido.

Além das oito pessoas mortas, pelo menos outras cinco ficaram feridas na sucessão de tiroteios, três agentes da polícia, um menor de 14 anos e uma mulher grávida, que neste sábado se encontrava internada num hospital da capital, Recife.
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