Volume total de dados roubados equivale a cerca de 11 500 milhões de folhas de papel A4.
Um funcionário do Coordenador Nacional de Contraterrorismo e Segurança (NCTV) dos Países Baixos, preso no ano passado em Amesterdão, roubou pelo menos 928 documentos contendo segredos de Estado, que alegadamente passou ou queria passar aos serviços secretos marroquinos.
Conforme explicaram esta quarta-feira os procuradores neerlandeses durante uma audiência na cidade de Roterdão, citados pela EFE, dos 928 documentos com informações de segurança, 345 continham segredos de Estado dos Serviços de Vigilância Geral e Segurança (AIVD) e 65 do serviço de inteligência militar (MIVD).
O volume total de dados roubados equivale a "cerca de 11 500 milhões de folhas de papel A4", conforme explicou o Ministério Público, que suspeita que o detido tenha passado segredos de Estado aos serviços de inteligência marroquinos.
A investigação de todos os documentos ainda decorre e os procuradores esperam que sejam detectadas ainda mais informações com segredos de Estado.
"A segurança do Estado neerlandês estava em jogo", afirmou o Ministério Público.
O suspeito, conhecido como Abderrahim 'Ab' el M, 64 anos, ocupou diversos cargos na NCTV durante vários anos, incluindo o de analista, mas, em outubro, o Ministério Público iniciou uma investigação depois de receber um relatório da AIVD que afirmava que o arguido tinha cópias impressas que continham segredos de Estado desde pelo menos abril do ano passado.
Em novembro, a polícia neerlandesa deteve o suspeito no aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, quando se preparava para embarcar num voo com destino a Marrocos na posse de "uma grande quantidade de suportes de dados", que alegadamente iria entregar aos seus contactos no serviço de inteligência marroquina.
O funcionário do NCTV teria primeiro impresso as informações secretas no escritório, em Haia, e depois digitalizado em casa para as guardar num suporte digital.
Nos últimos anos, o arguido esteve envolvido em processos que envolviam 'jihadistas' neerlandeses, grande parte dos quais também têm nacionalidade marroquina. Naqueles casos, o suspeito traduziu escutas telefônicas do árabe, entre outras tarefas.
Segundo o Ministério Público, esteve em contacto direto com a direção de contra-espionagem do serviço secreto marroquino desde o verão de 2020 e realizou "vários voos" para Marrocos nos últimos anos.
O arguido, que permanece em silêncio desde a sua detenção, vai continuar em prisão preventiva até, pelo menos, a próxima audiência processual, marcada para 02 de maio.
O seu advogado, Bart Nootgedagt, lamentou que a audiência tenha sido realizada em público porque o seu cliente "tem um dever de confidencialidade do qual deve primeiro ser libertado".
Também foi detida, e posteriormente libertada, uma segunda suspeita, uma mulher de 35 anos que trabalhou primeiro para a NCTV e depois para a Polícia, e que teria ajudado a imprimir os documentos secretos quando o arguido foi transferido para outro departamento na primavera passada.
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