"Faço um último apelo para ele depor as armas, abandonar a mesquita e juntar-se ao processo político, a bem da nação", afirmou Allawi, adiantando porém, que não basta que al-Sadr diga mais uma vez que aceita render-se. "O seu compromisso deve ser traduzido num documento escrito e assinado pessoalmente", frisou o primeiro-ministro, farto dos sucessivos avanços e recuos de al-Sadr, que ainda na quarta-feira afirmou estar preparado para depor as armas e abandonar Najaf, mas horas depois recuou e impôs novas condições.
"Se al-Sadr não se render, posso garantir que serão tomadas acções militares contra ele", assegurou, por sua vez, o ministro de Estado iraquiano, Kassim Daoud.
A zona velha de Najaf, onde se situa a mesquita de Ali, foi ontem alvo de fortes bombardeamentos por parte da artilharia e aviação norte-americanas, numa espécie de "último aviso" ao líder radical xiita antes do assalto final, que pode estar por horas.
DESENVOLVIMENTOS
BAGDAD
Duas granadas de morteiro explodiram ontem no interior da chamada ‘zona verde’, no centro de Bagdad, ferindo pelo menos dois civis iraquianos.
INCURSÃO
Tropas dos EUA apoiadas por blindados entraram ontem no subúrbio de Sadr City, nos arredores de Bagdad, e envolveram-se em combates com fiéis de al-Sadr.
CONFIANÇA
O enviado da ONU ao Iraque, Ashraf Qazi, afirmou ontem estar confiante quanto à realização das eleições iraquianas no prazo previsto, em Janeiro do próximo ano.
OFICIAIS ILIBADOS DE ABUSOS
Uma investigação do Exército norte-americano aos abusos cometidos contra os prisioneiros detidos na prisão iraquiana de Abu Ghraib iliba as altas patentes militares e os responsáveis civis do Pentágono de qualquer responsabilidade no sucedido.
De acordo com fonte militar citada pelo jornal 'USA Today', o inquérito conduzido pelo general George Fay confirma a "conduta imprópria" de cerca de duas dezenas de soldados da 205.ª Brigada de Informações Militares, que tinha a seu cargo os interrogatórios dos prisioneiros em Abu Ghraib, mas não encontrou qualquer prova de que os militares estivessem a obedecer a ordens "de cima".
O inquérito apurou ainda que nenhum militar de patente superior a coronel participou ou teve conhecimento dos abusos, e descarta o envolvimento de pessoal civil do Departamento de Defesa, apesar de manifestar algumas reservas quanto à actuação de alguns responsáveis do Departamento de Justiça, recomendando, neste caso, uma investigação por parte das autoridades competentes.
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