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Governo do estado moçambicano de Nampula diz que segurança foi reforçada

Em causa estão ataques registados nas últimas semanas no extremo norte da província.

14 de setembro de 2022 às 09:49

O secretário de Estado de Nampula, Mety Gondola, disse que as autoridades reforçaram a segurança face a novos ataques no extremo norte daquela província moçambicana, assegurando que as instituições estão a funcionar nos pontos afetados.

"Reforçámos bastante a nossa capacidade nestes últimos dias e temos equipas em desdobramento", declarou o secretário de Estado de Nampula, citado esta quarta-feira pela Rádio Moçambique.

Em causa estão ataques registados nas últimas semanas no extremo norte daquela província, incursões armadas cuja autoria é atribuída aos rebeldes que têm aterrorizado, desde 2017, Cabo Delgado, província vizinha de Nampula.

Segundo Mety Gondola, as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique estão no terreno e as instituições do Estado estão em funcionamento.

"Nós, como direção da província, temos estado a acompanhar de perto os distritos afetados", acrescentou.

Os ataques no extremo norte de Nampula deixaram um número ainda desconhecido de mortos, incluindo uma freira italiana morta durante um ataque à missão católica em Chipende, no extremo norte da área que faz parte da diocese de Nacala.

Trata-se de uma zona próxima do rio Lúrio, fronteira natural entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula.

Na quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alertou que o país deve impedir a expansão de grupos armados para mais províncias, assinalando que o "terrorismo não tem fronteiras, não tem quartel".

"Eles migraram, espalharam-se em grupos pequenos e estão a tentar ir para Nampula", sublinhou o chefe de Estado moçambicano.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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