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Índia anuncia compra aos EUA de 10% das importações de gás liquefeito

Acordo acontece depois de Trump ter imposto, em agosto, uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos indianos que entrem nos EUA.

17 de novembro de 2025 às 12:02

A Índia anunciou esta segunda-feira que assinou um contrato com os Estados Unidos para o fornecimento do equivalente a 10% das importações atuais de gás liquefeito de petróleo (GLP), com o objetivo de diversificar as fontes de hidrocarbonetos.

O acordo surge depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter imposto, em agosto, uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos indianos que entrem nos Estados Unidos, em retaliação às compras de petróleo russo por Nova Deli.

Washington considera que as importações indianas de petróleo russo contribuem para o financiamento da guerra travada por Moscovo na Ucrânia.

O inquilino da Casa Branca repete desde agosto que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi concordou em renunciar às compras de petróleo russo, uma afirmação que Nova Deli nunca confirmou.

A Índia e os Estados Unidos negociam há vários meses um acordo de livre comércio, mas as discussões esbarram, nomeadamente, na abertura do mercado agrícola indiano aos produtores norte-americanos.

O ministro indiano do Petróleo e Gás Natural, Hardeep Singh Puri, anunciou agora que o seu país decidiu comprar aos Estados Unidos 2,2 milhões de toneladas de GPL por ano, "uma novidade para o mercado indiano".

No âmbito dos esforços envidados para fornecer à população indiana abastecimento seguro e barato de GPL, intensificámos a diversificação das nossas fontes de importação", explicou o ministro num comunicado.

No mês passado, a empresa petrolífera semipública indiana HPCL-Mittal Energy anunciou a suspensão das compras de crude russo. Por outro lado, o grupo privado Reliance Industries anunciou que estava a reavaliar a política de compras, à luz das sanções americanas.

Quinta maior economia do mundo, a Índia continua a apresentar números de crescimento impressionantes --- 7,8% em termos homólogos nos três meses de abril a junho deste ano --- impulsionados pelo aumento das despesas públicas e da confiança dos consumidores.

Mas as tarifas norte-americanas ensombraram as previsões dos analistas, que prevêem uma desaceleração do crescimento de 0,6 a 0,8 pontos para o ano fiscal em curso, na ausência de medidas de apoio.

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