Milhares de mulheres da região de Maharashtra submetem-se a histerotomias para poderem trabalhar.
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A menstrução ainda é vista como um assunto tabu na Índia e, apesar do avançar dos tempos e mudanças das mentalidades, ainda há quem acredite que as mulheres menstruadas são impuras excluindo-as de eventos sociais ou religiosos.
Nos últimos anos começou-se a assistir naquele país às mulheres - especialmente as mulheres urbanas e educadas - a questionarem o tema desafiando mentalidades mais retrógadas.
Porém, as recentes notícias mostram como a menstruação ainda é encarada como 'uma pedra no sapato', segundo explica a BBC citando a imprensa local.
Devido às duras condições de vida de algumas regiões, em particular em Maharashtra, muitas mulheres são obrigadas a tomar decisões radicais que são prejudiciais a longo prazo e irreversíveis.
Um dos trabalhos mais duros executados pelas famílias mais pobres são o corte de cana-de-açúcar. Nestes campos, para onde milhares de famílias migram para trabalhar, o trabalho é feito do nascer ao pôr-do-sol, sem casas de banho que garantam a higiene.
Uma vez nestes campos, as famílias permanecem cerca de seis meses e ficam à mercê de empregadores gananciosos que não perdem oportunidade para explorar quem quer que seja.
Os empregadores mostram-se sempre relutantes em contratar mulheres porque não estão dispostos a que estas não trabalhem durante um ou dois dias, quando estão menstruadas. Se perderem um dia de trabalho, estas mulheres têm ainda de pagar uma multa.
Devido à ausência de condições de higiene, muitas mulheres desenvolvem infeções e, de acordo com ativistas na região, os médicos encorajam-nas a passar por cirurgias desnecessárias mesmo que sejam problemas ginecológicos menores, fáceis de tratar com medicação. À medida que o número de "mulheres sem útero" foram aumentando, a região foi-se tornando conhecida como "as aldeias das mulheres sem útero".Só no distrito de Beed, registaram-se 4.605 histerotomias desde 2016. Por essa razão o governo local já criou um comité para investigar os casos.Noutro estado na Índia, em Tamil Nadu, numa indústria de vestuário, as mulheres são aconselhadas pelos empregadores a tomar medicação quando se queixa de dores menstruais. Desta forma não têm de tirar o dia tal como têm direito. O inquérito que dá conta deste facto foi feito pela Fundação Thomson Reuters a 100 mulheres. Todas disseram ter recebido medicação dada pelos seus empregadores.
Os medicamentos raramente são fornecidos por médicos e muitas admitiram que não sabem o que tomam nem conhecem possíveis efeitos secundários.
Estes podem causar desde depressões a crises de ansiedade, passando por infeções urinárias e abortos. No entanto, as costureiras afirmam que não podem ficar sem o salário de um dia.
A Comissão da Índia para as Mulheres descreveu as condições em Maharashtra como "patéticas e miseráveis" e apelou ao Governo nacional para adotar medidas que previnam este "tipo de atrocidades" no futuro.
Também a saúde das trabalhadoras da indústria de vestuário de Tamil Nadu será monitorizada pelo Governo.
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