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Investigação espanhola revela causas genéticas em 9,5% das mortes súbitas em pessoas com menos de 35 anos

Morte súbita é um dos fatores de mortalidade mais comuns, especialmente entre os menores de 50 anos.

07 de outubro de 2025 às 01:13

O Projeto MOSCAT (Morte Súbita Catalunha), em Espanha, descobriu que 9,5% das mortes súbitas em pessoas com menos de 35 anos têm origem numa causa cardíaca hereditária, informou na segunda-feira a agência EFE.

"Os testes genéticos identificaram fatores hereditários ligados a patologias cardíacas em 9,5% dos casos envolvendo pessoas até aos 35 anos que morreram subitamente, sem causa identificável", refere a EFE.

O projeto, que investiga as causas cardiovasculares de mortes súbitas inesperadas, analisou mais de 1.200 casos, destacando que a iniciativa foi promovida pelo grupo de Genética Cardiovascular do Instituto de Investigação Biomédica Josep Trueta de Girona (IDIBGI).

Para o estudo, publicado na revista científica Journal of Molecular Diagnostics, foram estabelecidos dois grupos de casos.

Um grupo correspondia a 685 pessoas até aos 35 anos e 567 indivíduos, entre os 36 e os 50 anos, faziam parte de outra amostra.

No primeiro grupo, os testes detetaram agentes patogénicos (que causam doenças) cardíacos em 9,5% das mortes.

A maior taxa de incidência genética detetada foi nas mortes por aneurismas da aorta torácica (rotura de uma parte da artéria devido à fragilidade da parede arterial) e miocardite (inflamação do miocárdio), com 33,3%, sendo o miocárdio o músculo cardíaco que forma a maior parte da parede do coração.

A aorta é a artéria responsável por transportar o sangue rico em oxigénio do coração para todos os órgãos e tecidos do corpo.

Com base nos dados, os investigadores recomendaram testes genéticos de rotina ao grupo com 685 pessoas, para detetar alterações no DNA que possam estar associadas a doenças hereditárias ou a riscos para a saúde.

No segundo grupo, a taxa de morte súbita associada a causas genéticas foi mais baixa (4,9%), sendo os aneurismas da aorta torácica a principal causa (33%).

Nestes casos, os investigadores sugerem recorrer a testes genéticos apenas quando a autópsia não esclarece a causa da morte ou quando há suspeita de cardiopatia estrutural hereditária (doenças cardíacas com alterações na estrutura do coração que são transmitidas de pais para filhos).

O chefe do Serviço de Cardiologia de Trueta e um dos pricipais autores do estudo, Ramon Brugada, disse que "identificar uma causa genética permite-nos detetá-la nos familiares do falecido e implementar medidas preventivas, como exames cardiológicos regulares".

A morte súbita é um dos fatores de mortalidade mais comuns, especialmente entre os menores de 50 anos, e as doenças cardíacas são a principal causa destas mortes inesperadas, frequentemente associadas a doenças hereditárias, segundo o IDIBGI.

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