Agora, naquilo que parece ser uma estratégia das autoridades para justificar a dura sentença, a viúva apareceu num programa da TV estatal a admitir cumplicidade no assassínio do marido e a acusar o seu advogado de mentir.
No programa, emitido na passada quarta-feira, Ashtiani, mãe de dois filhos, afirmou, em jeito de comunicado, ter tido um relacionamento com um primo do marido e de ser cúmplice no seu assassinato. Contou que um dia o primo lhe dissera que queria matar o marido, mas que ela não acreditara, pensado que ele estava a brincar. "Depois descobri que ele era um assassino. Ele veio à nossa casa e trouxe todo o material: aparelhos eléctricos, fios e luvas. Depois matou o meu marido electrocutando-o. Antes tinha-me pedido que mandasse os meus filhos para a casa da avó." As autoridades judiciárias acrescentam a esta confissão que Ashtiani injectara um anestésico no marido.
Além de admitir culpa na morte do marido, Ashtiani acusou o seu advogado, Mohammad Mostafaei, que jura não conhecer, de mentir. "Como se atreve a mentir em meu nome e a difundir o caso internacionalmente, envergonhando a minha família?" questiona. Mostafaei, que teve de fugir para a Noruega, afirma que a condenada fez as declarações sob pressão. Um outro advogado garante que ela foi torturada durante dois dias.
Ashtiani foi julgada pela primeira vez por adultério em 2006, tendo sido condenada a 99 chibatadas, punição já cumprida. Em Setembro, porém, o seu caso foi reaberto quando um outro tribunal julgava um homem envolvido na morte do marido. Desta feita, foi condenada à morte por lapidação. n *Com agências