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Itália bloqueia acordo para pressionar aliados

Conte recusou assinar declarações conjuntas sobre comércio e defesa.

29 de junho de 2018 às 01:30

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, bloqueou esta quinta-feira a adoção de duas declarações conjuntas da UE sobre comércio e defesa no Conselho Europeu de Bruxelas para forçar os parceiros europeus a cederem às suas exigências sobre imigração, agravando ainda mais uma crise que a chanceler alemã Angela Merkel avisou que poderá "fazer ou desfazer a Europa".

Conte lançou o caos ao afirmar que só assinará as declarações quando existir um acordo sobre todos os assuntos um discussão, numa referência à questão da imigração. A Itália, principal porta de entrada de migrantes na Europa, exige mais ajuda dos parceiros europeus e uma "distribuição mais justa" dos migrantes.

A posição apanhou de surpresa os restantes chefes de governo, que antes da cimeira tinham multiplicado os apelos ao consenso numa questão crucial para o futuro da UE.

A situação é particularmente grave para Merkel, que enfrenta um desafio interno sem precedentes e arrisca ver o seu governo cair se voltar a Berlim de mãos a abanar.

A chanceler foi a primeira a admitir que um consenso europeu estava "fora do alcance" para esta cimeira, mas esperava, pelo menos, fechar acordos bilaterais sobre a devolução dos migrantes já registados noutros países para travar a ameaça do fecho de fronteiras e o consequente colapso do Espaço Schengen.

"Tempo esgota-se" para acordo no Brexit

"Esperávamos ter avançado mais até esta cimeira, mas isso não aconteceu. Os 27 estão dispostos a ser flexíveis, mas May tem de suavizar algumas das suas linhas vermelhas", avisou o PM irlandês Leo Varadkar, lembrando que deve haver acordo até outubro para dar tempo aos parlamentos nacionais para o ratificarem.

Malta recusa acolher mais navios

Joseph Muscat assegurou que o caso do navio ‘Lifeline’ foi uma exceção para resolver uma situação pontual, mas que não voltará a repetir-se.

PORMENORES 

70 menores no ‘Lifeline’

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, revelou ontem que há 70 menores desacompanhados a bordo do navio humanitário ‘Lifeline’, que na quarta-feira chegou a Malta, após ter sido rejeitado por Itália. A maioria dos 233 migrantes a bordo vêm do Sudão, Eritreia, Mali e Togo.

Equipa do SEF a caminho

Uma equipa do SEF deverá viajar nos próximos dias para Malta para ajudar a processar os migrantes de ‘Lifeline’ que vão ser acolhidos por Portugal, cujo número ainda está por definir.

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