O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que tinha deixado o Brasil em 30 de Dezembro de 2022, um dia antes do fim do seu mandato, regressou esta quinta-feira ao país. O avião comercial que o levou de Orlando, nos EUA, para Brasília aterrou no aeroporto da capital brasileira pouco depois das 6h40 locais (10h40 em Lisboa).
Ao contrário do que gostaria e tinha sido preparado pelo seu partido, o Partido Liberal, Bolsonaro não foi recebido no aeroporto por uma multidão de apoiantes nem desfilou em carro aberto até ao centro da cidade.
A Secretaria de Segurança Pública de Brasília e a Polícia Federal avaliaram que havia elevado risco de tumultos e actos violentos como os levados a cabo por radicais bolsonaristas em 8 de Janeiro e bloqueou os acessos ao aeroporto.
O ex-presidente, que mostrou muito desagrado em não poder pelo menos sair com os demais passageiros pelo portão principal, foi tirado por uma saída lateral do aeroporto, escoltado por agentes federais. De seguida, os carros dele e da comitiva, além de vários veículos da polícia, seguiram até à sede do Partido Liberal, primeira paragem do antigo presidente na capital brasileira, onde vai passar a viver numa mansão paga pelo partido. Mesmo nas áreas autorizadas do percurso não havia quase nenhum apoiador.
Só após um pequeno-almoço preparado especialmente pela mulher, Michelle Bolsonaro, na sede do PL, e de ser recepcionado pelos dirigentes partidários é que o ex-governante deve fazer o primeiro discurso em solo brasileiro. Mas, antes de embarcar para o Brasil, ainda nos EUA, Bolsonaro já atirou um balde de água fria nas pretensões do seu partido e da extrema-direita ao avançar que não pretende ser líder da oposição ao governo de Lula da Silva. (FIM).