Mensagens multiplicam-se nas redes sociais.
Destacadas personalidades norte-americanas saudaram a condenação do ex-agente policial Derek Chauvin por todos os crimes de que era acusado no julgamento do homicídio do George Floyd, e pedem agora novas medidas que assegurem igualdade para os afro-americanos.
Através das redes sociais, a influente Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP) afirmou que "a justiça prevaleceu" no caso de George Floyd, mas que "o trabalho não está feito", passando agora pela reforma da própria Polícia.
No mesmo sentido, o ex-Presidente Barack Obama saudou a condenação de Chauvin, mas salientando que deve ser feito mais para que o país entenda que "os negros americanos estão a ser tratados de maneira diferente todos os dias" e que milhões vivem com medo de que seu próximo encontro com a polícia seja o último.
Em comunicado, o primeiro Presidente afro-americano do país defendeu que o veredito deve levar a medidas concretas para reduzir o preconceito racial no sistema de justiça criminal e redobrar os esforços para expandir as oportunidades económicas nas comunidades marginalizadas.
Também a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o nome de George Floyd se tornou "sinónimo de justiça, dignidade e civilidade", mas que o seu caso "será um episódio" se não for seguido de mudanças legislativas.
Chauvin - que na sala de tribunal do condado de Hennepin na cidade de Minneapolis ouviu impassível a palavra "culpado" ser pronunciada por três vezes na deliberação dos jurados para os crimes de homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio por negligência - foi levado sob custódia policial, algemado, depois de fazer uma ligeira vénia na direção do juiz.
A pena a que Chauvin irá ser condenado será determinada em sentença judicial, a agendar pelo tribunal do condado de Hennepin, na cidade de Minneapolis.
O crime de homicídio em segundo grau é punível com até 40 anos de prisão, homicídio em terceiro grau com pena máxima de 25 anos, e homicídio por negligência com pena de prisão de até 10 anos.
Através da rede social Twitter, Ben Crump, advogado da família Floyd, afirmou que esta "finalmente obteve justiça, dolorosamente conquistada".
"Justiça para a América Negra é justiça para toda a América!", escreveu logo depois de conhecido o veredito em Minneapolis.
A ex-candidata presidencial democrata Hillary Clinton afirmou através das redes sociais que "a família e a comunidade de George Floyd mereciam que seu assassino fosse responsabilizado" e que agora o conseguiram.
"Sempre e para sempre, as vidas dos negros contam", escreveu Clinton, fazendo eco do slogan que se popularizou nos protestos que varreram os Estados Unidos no verão de 2020.
As imagens da detenção de Floyd em maio do ano passado, com Chauvin a pressionar o pescoço por mais de nove minutos, apesar de o detido gritar "não consigo respirar", causaram motins em todo o país, com a vítima a tornar-se símbolo da violência policial contra os afro-americanos.
O senador independente Bernie Sanders, também ex-candidato presidencial à nomeação pelo Partido Democrata, sublinhou que "há muito trabalho que precisa ser feito" para que a comunidade afro-americana não seja discriminada pela polícia.
Do Partido Democrata, o governador de Minnesota, Tim Waltz, defendeu que a "verdadeira justiça para George só vem com uma mudança real e sistémica" para evitar que estes casos se repitam.
"E a trágica morte do (também jovem afro-americano do Estado do Minnesota) Daunte Wright esta semana serve como uma recordação dolorosa de que ainda temos muito mais trabalho a fazer para chegar lá", disse Waltz.
Também no Partido Republicano o veredito suscitou bom acolhimento, com o senador Tim Scott a ver "uma confiança renovada na integridade do sistema de justiça", e o senador Mitt Romney a declarar "confiança na Justiça" e "esperança de que a temperatura baixe um pouco" no país.
O veredito teve também eco no Reino Unido, de onde o primeiro-ministro Boris Johnson enviou congratulações pelo epílogo do caso de George Floyd, que era "motivo de preocupação" pessoal.
As reações estenderam-se ainda ao mundo das artes, com a atriz Viola Davis, galardoada com um Óscar, a congratular-se através das redes sociais por "agora podermos dar um suspiro coletivo de alívio porque a decisão certa foi alcançada e a justiça foi feita".
No mundo do desporto, o veredito de culpa foi saudado pelo ex-pugilista Mike Tyson, o ex-basquetebolista Magic Johnson, entre muitos outros.
Já a tenista afro-americana Naomi Osaka disse ter-se retraído de comemorar um suspiro de alívio, mas que foi invadida pela "tristeza", por "ocorrerem tantas injustiças de fazer prender a respiração".
Também na rede social Twitter, o campeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton disse ter sido "a primeira vez que um polícia branco foi condenado pela morte de um afro-americano".
"Isto é grandioso. A morte de George não foi em vão", escreveu ainda.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.