Dezenas de pessoas desfilaram até ao edifício das Nações Unidas na cidade com caixões simbólicos com os nomes e fotografias dos jornalistas mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra.
Jornalistas e responsáveis por meios de comunicação social palestinianos manifestaram-se esta quarta-feira em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para denunciar o que descreveram como um "genocídio mediático" contra a imprensa palestiniana na Faixa de Gaza.
Dezenas de pessoas desfilaram até ao edifício das Nações Unidas na cidade com caixões simbólicos com os nomes e fotografias dos jornalistas mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Entre os nomes figurava o de Anas al-Sharif, correspondente da cadeia Al-Jazeera, do Qatar, morto em agosto num ataque israelita perto do hospital Al-Chifa, na cidade de Gaza.
"Cada um deles tinha a sua própria história", declarou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, Nasser Abou Bakr, que organizou a marcha.
Abou Bakr disse que foi entregue uma carta ao representante da ONU em Ramallah a solicitar ao secretário-geral da organização, António Guterres, medidas para proteger os jornalistas na Faixa de Gaza.
"Estão diariamente sob fogo, sob bombardeamentos, numa situação extremamente perigosa", afirmou.
Na carta, os jornalistas palestinianos exigiram também a responsabilização dos líderes israelitas pelos atos cometidos e o reconhecimento do que ocorreu em Gaza como "o primeiro genocídio mediático", segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Abou Bakr disse que o sindicato registou a morte de 252 jornalistas palestinianos em Gaza desde 07 de outubro de 2023, quando Israel iniciou uma ofensiva de retaliação pelo ataque que sofreu no mesmo dia do grupo extremista Hamas.
"Também há dificuldades para os jornalistas na Cisjordânia: agressões por parte de colonos e pressões exercidas pelo exército israelita", disse à AFP Islam Abou Ara, um dos responsáveis pelo jornal palestiniano Al-Hayat al-Jadida, ligado à Autoridade Palestiniana.
Contou que os soldados israelitas lhe revistam o carro "com muito mais rigor do que os outros" e verificam o telemóvel quando se desloca pela Cisjordânia, um território palestiniano separado de Gaza e ocupado por Israel desde 1967.
Entre 2024 e 2025, Israel perdeu 11 posições no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), descendo do 101.º para o 112.º lugar.
A RSF considera ainda que os territórios palestinianos se tornaram o local mais perigoso do mundo para jornalistas desde o início da guerra, incluindo a Cisjordânia ocupada.
Na Cisjordânia, os jornalistas "já eram vítimas de abusos, tanto por parte da Autoridade Palestiniana como das forças de ocupação israelitas", segundo a RSF.
Israel tem justificado a maior parte dos ataques contra jornalistas com a acusação de que trabalham para o Hamas, o grupo islâmico fundamentalista que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
O ataque do Hamas em Israel causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, enquanto a ofensiva israelita em Gaza já matou mais de 67.100 palestinianos, segundo balanços das duas partes.
Uma comissão de investigação internacional da ONU acusou Israel de estar a cometer genocídio em Gaza, o que foi negado pelo Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, entre outros países, consideram o Hamas uma organização terrorista.
Representantes israelitas e do Hamas participam desde segunda-feira em negociações no Egito sobre um plano de paz norte-americano que prevê um cessar-fogo imediato.
A proposta inclui a libertação dos reféns ainda em Gaza e de palestinianos presos em cadeias israelitas.
O plano, de 20 pontos, prevê também o desarmamento do Hamas, a retirada gradual das forças israelitas de Gaza e o estabelecimento de uma administração internacional transitória do território palestiniano.
As conversações estão a ser conduzidas por mediadores do Egito, do Qatar, dos Estados Unidos e da Turquia.
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