Begoña Gómez declarou perante o juiz que não conhece o processo interposto pela associação ultra católica espanhola Hazte Oír.
O juiz do Tribunal de Instrução nº 41 de Madrid, Juan Carlos Peinado, suspendeu esta sexta-feira a audiência de Begoña Gómez, mulher do primeiro-ministro espanhol, e marcou nova sessão para o próximo dia 19 de julho.
Segundo a agência de notícias espanhola EFE, Begoña Gómez entrou esta sexta-feira no tribunal às 10h18 (9h18 em Lisboa) e declarou perante o juiz que não conhece o processo interposto pela associação ultra católica espanhola Hazte Oír (Faz-te Ouvir), acrescentando que desconhece a acusação.
Logo após a declaração de Begoña Gómez, o tribunal fez uma pausa e o juiz suspendeu a audiência, convocando a mulher de Pedro Sánchez, primeiro-ministro de Espanha, a comparecer no dia 19 de julho para prestar explicações no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de alegada corrupção e tráfico de influências.
Segundo a agência francesa France Presse, o advogado de Begoña Gómez argumentou esta sexta-feira que uma das queixas do processo não tinha sido notificada a tempo e, por isso, não tinha sido disponibilizada.
No início da semana, Pedro Sánchez reiterou em declarações à rádio espanhola Cadena SER "absoluta tranquilidade e confiança" acrescentando que "no caso não há nada".
Sánchez voltou a criticar o que considerou "estratégia judicial de perseguição e destruição" do Executivo espanhol.
Juntamente com a lei de amnistia para os independentistas catalães, este caso tem sido há várias semanas alvo de ataques por parte da oposição de direita, que tem apelado repetidamente à demissão do chefe do Governo espanhol.
"O que todos os espanhóis estão à espera é que Pedro Sánchez se explique e diga por que razão não fez nada quando sabia o que se estava a passar", disse o porta-voz do Partido Popular, Borja Semper, à televisão espanhola Telecinco, acusando a mulher do chefe do Executivo, Begoña Gómez, de "um erro ético muito grave".
Pelo contrário, a porta-voz do Governo de Madrid, a ministra da Educação, Pilar Alegría, limitou-se a reiterar esta sexta-feira que não há "nada, absolutamente nada" no caso, expressando "perfeita tranquilidade" e referindo-se a uma "falsa queixa apresentada por duas organizações extremistas e ocultistas".
A investigação preliminar começou em abril, com base em queixas da associação Manos limpias (Mãos limpas), um grupo com ligações à extrema-direita que também esteve na origem de outra queixa contra o irmão de Sánchez, e da associação, Hazte Oir.
A notícia teve o efeitos políticos tendo Sánchez suspendido a atividade durante cinco dias, dizendo que estava a pensar demitir-se, antes de se manter no cargo.
No início de junho, a poucos dias das eleições europeias, o anúncio do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) de Madrid de que Begoña Gomez tinha sido convocada para comparecer deu ainda mais relevo ao caso e fez retomar os apelos da direita à demissão de Sánchez.
Os investigadores centram-se, em particular, na relação profissional de Begoña Gomez com Juan Carlos Barrabés, um empresário cujas empresas negociaram ajudas públicas ou participaram em concursos públicos.
Alegadamente, a atuação de Begoña Gómez limita-se ao período desde que Pedro Sánchez assumiu a chefia do governo espanhol e aos factos abrangidos pela "queixa inicial" da organização Manos limpias, declarou o juiz Juan Carlos Peinado na terça-feira passada.
Segundo a France-Presse, a Procuradoria Europeia, um organismo independente da União Europeia, também assumiu uma parte desta investigação, relativa à utilização de fundos europeus.
Begoña Gómez é licenciada em Marketing pela universidade privada madrilena Esic e tem um mestrado em gestão, tendo-se especializado na angariação de fundos, nomeadamente para fundações e organizações não-governamentais.
Profissionalmente ocupou vários cargos, nomeadamente na Inmark Europa, uma empresa de consultoria empresarial, e num departamento Universidade Complutense de Madrid.
O semanário Expresso noticiou esta semana que "as autoridades espanholas investigam o património e a residência fiscal, em Elvas, Portugal, de David Sánchez, irmão do primeiro-ministro de Espanha", em paralelo com a rede empresarial de Aldama suspeita de alegadamente desviar e branquear capitais em Portugal no processo de corrupção "Koldo".
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