A edição de hoje
Bolsonaro precisava da autorização uma vez que tem o passaporte retido e está proibido de sair do país.
O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF), negou na tarde desta quinta-feira a autorização para o antigo presidente Jair Bolsonaro sair do Brasil para se deslocar à tomada de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em Washington, na próxima segunda-feira.
Bolsonaro precisava dessa autorização pois tem o passaporte retido pelo STF desde fevereiro do ano passado e está proibido de sair do país.
De acordo com o magistrado, que seguiu parecer emitido esta quarta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a viagem visava meramente interesses particulares do ex-presidente, que enfrenta diversos processos no STF. Num deles, o mais grave, Jair Bolsonaro foi indiciado em novembro do ano passado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado, que terá planeado no final de 2022 para se manter no poder depois de ter perdido a sua tentativa de reeleição nas presidenciais de outubro desse ano.
Os advogados de Bolsonaro pediram na semana passada a devolução do passaporte ao antigo governante e autorização para ele ir à posse de Trump, alegando que isso seria importante para a diplomacia e as boas relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Os argumentos não foram valorizados, já que Jair Bolsonaro não é presidente, não pode representar o Brasil no exterior, e é adversário político e inimigo pessoal do atual chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.
Lula, como é óbvio, não foi convidado para a tomada de posse de Trump, que pretende reunir em Washington as principais lideranças mundiais da extrema-direita. Esta foi a terceira vez desde fevereiro do ano passado que Jair Bolsonaro insistiu na devolução do passaporte, em todas com argumentos muito parecidos, alegando ser um líder internacional respeitado que precisa manter laços com outros países para ajudar o Brasil.
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