O relatório, baseado nos depoimentos de 136 vítimas e testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime sírio, foi ontem entregue ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e descreve um cenário de repressão sangrenta e indiscriminada contra a população civil. "Atiradores furtivos e milícias emboscados em pontos estratégicos semeiam o terror entre a população, matando crianças, mulheres e outros civis desarmados", descreve o relatório. Os soldados que não obedecem às ordens para matar civis são mortos, e as agências de segurança prendem e torturam feridos nos hospitais, muitas vezes até à morte, enquanto tanques e armas pesadas são usados indiscriminadamente contra zonas residenciais, indicam os investigadores, que acusam igualmente as forças rebeldes de sequestros e homicídios, "embora em escala não comparável" com os cometidos pelo regime.
O comité entregou ainda à ONU uma lista confidencial com os nomes de líderes civis e militares responsáveis por crimes contra a Humanidade, ordenados "ao mais alto nível" do regime.
‘AMIGOS DA SÍRIA' VÃO EXIGIR CESSAR-FOGO
A conferência dos ‘Amigos da Síria’, que hoje reúne em Tunes, na Tunísia, representantes de mais de 50 países, vai exigir ao regime de Damasco a implementação de um cessar-fogo imediato para permitir o transporte de feridos e o envio de ajuda humanitária para as cidades mais afectadas pela violência, principalmente Homs. A China e a Rússia, dois dos poucos países que ainda apoiam o regime de Assad, já comunicaram que não estarão presentes na conferência.