Desvio culminou na detenção de Roman Protasevich e da sua namorada.
O Presidente da Lituânia criticou hoje o "ato de terrorismo de Estado" do "muito perigoso" regime bielorrusso ao desviar no domingo um voo comercial da Ryanair entre Grécia e Lituânia para deter um opositor que seguia a bordo.
"Ontem [domingo] ocorreu um acontecimento sem precedentes. O avião, pertencente à empresa Ryanair, foi forçado a aterrar em Minsk e isso foi feito com a ajuda de duas aeronaves militares, [...] tendo como motivo o facto de o ativista e voz da oposição Roman Protasevich seguir a bordo", declarou o chefe de Estado lituano, Gitanas Nauseda.
Falando na chegada à cimeira extraordinária que junta os líderes da União Europeia (UE) hoje e terça-feira em Bruxelas, Gitanas Nauseda acrescentou que este desvio, que culminou na detenção de Roman Protasevich e da sua namorada, se tratou de um "ato de terrorismo de Estado contra a comunidade europeia".
"Gostaria de lembrar que cerca de 120 pessoas seguiam a bordo, de 18 nacionalidades, portanto penso que o tempo da retórica e da voz já passou e precisamos de ações claras para mudar um padrão de comportamento deste regime muito perigoso", criticou o Presidente da Lituânia.
Em causa está o desvio forçado de um voo da Ryanair para Minsk (Bielorrússia) no domingo à tarde, a meio de uma viagem entre Atenas (Grécia) e Vílnius (Lituânia), que culminou com a detenção do jornalista bielorrusso Roman Protasevich.
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, colocou este incidente na agenda de hoje, visando a aplicação de pesadas sanções à Bielorrússia, além das já existentes (de, por exemplo, congelamento de bens) contra o Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, e opressores do regime.
Para Gitanas Nauseda, "uma das possibilidades é proibir ou fechar o espaço aéreo da União Europeia para as companhias aéreas bielorrussas".
Outra das sanções a aplicar poderia assentar em "reconhecer o espaço aéreo bielorrusso como inseguro para os voos civis" ou ainda "expandir as sanções [já existentes] a este regime".
"Todas estas medidas são altamente necessárias para impedir o regime da Bielorrússia a realizar este tipo de ações", adiantou o chefe de Estado da Lituânia.
O jornalista Roman Protasevich, de 26 anos, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vílnius.
Protasevich acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a um suposto aviso de bomba.
Vários países europeus já exigiram uma explicação à Bielorrússia.
O avião da Ryanair fazia um voo entre a Grécia e a Lituânia, dois países-membros da NATO e da UE.
As relações externas dominam assim a agenda do Conselho Europeu que decorre entre hoje e terça-feira, o primeiro realizado presencialmente este ano em Bruxelas, o que permitirá designadamente aos líderes abordar assuntos sensíveis, como a Rússia.
Inicialmente convocada apenas para terça-feira, esta cimeira foi alargada para dois dias, começando ao início da noite de hoje com um jantar de trabalho consagrado à política externa, destacando-se a "discussão estratégica" sobre a Rússia, que já esteve na agenda do Conselho de março passado.
A esta agenda juntou-se uma discussão sobre o desvio pela Bielorrússia do voo da Ryanair, tendo já o regime bielorrusso descartado ingerência neste incidente.
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