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Lula da Silva recusa liberdade condicional e diz que só sai da cadeia se for considerado inocente

Antigo presidente brasileiro poderia deixar a prisão durante o dia e regressar à cela de noite.

12 de agosto de 2019 às 14:29

Contrariando os conselhos de amigos e de aliados, o antigo presidente brasileiro Lula da Silva, condenado pelo então juiz Sérgio Moro em 2017 por corrupção e a cumprir pena desde 07 de Abril de 2018 no sul do Brasil, avisou os seus advogados que não aceitará ser libertado condicionalmente e que só aceitará sair da prisão se for considerado inocente.

Os advogados preparavam-se para solicitar à justiça a passagem de Lula do regime fechado em que atualmente se encontra - e no qual fica confinado na cela permanentemente - para o regime semi-aberto, no qual poderia deixar a prisão durante o dia para trabalhar ou estudar e só voltar para a cela à noite.

Pelas contas dos advogados, Lula passa a ter direito a esse benefício em setembro e já estavam a preparar uma petição nesse sentido. No entanto, o antigo governante não aceita, uma vez que, segundo o que tem confidenciado a amigos que o visitam, se aceitasse esse benefício sairia da cadeia como condenado "beneficiado" pela lei e não como inocente.

Lula mantém a postura de só aceitar sair da cadeia quando (e se) a justiça aceitar um dos seus recursos em que pede a anulação da condenação e a absolvição de todos os crimes de que foi acusado. Os amigos não conseguem convencê-lo de que esse posicionamento é extremamente arriscado uma vez que, para além da pena que já cumpre, de 8 anos e 10 meses, o antigo presidente brasileiro foi condenado em fevereiro passado a outros 12 anos e 11 meses num novo processo também por corrupção, sentença ainda em fase de análise pelo tribunal de apelação, e corre o risco de ter de passar muitos mais anos preso.

O ex-presidente de 73 anos está apaixonado por uma socióloga que o visita regularmente na cadeia e, por isso, parecia estar prestes a aceitar o regime semi-aberto para ter uma qualidade de vida melhor perto da companheira, mas voltou com a sua ideia atrás. Lula não perde as esperanças de retomar os seus sonhos eleitorais, e só se for totalmente ilibado pela justiça retomará a sua elegibilidade, avançou.

Na semana passada, Lula da Silva considerou que estava a ser alvo de mais uma perseguição de Moro e de Jair Bolsonaro, que lhe têm expressado repetida e publicamente ódio, quando uma juíza mandou transferir o antigo chefe de Estado de uma cela especial na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre a pena, para a Penitenciária de Tremembé, prisão no interior de São Paulo que abriga assassinos, ladrões e violadores de casos mediáticos, mas os seus advogados recorreram e o Supremo Tribunal proibiu esse pedido de transferência.

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