O presidente do Brasil, Lula da Silva, que sexta-feira passada foi submetido a duas cirurgias no Hospital Sírio Libanês de Brasília, teve alta na tarde deste domingo, pelo horário local, início da noite em Lisboa. A estimativa inicial dos médicos, considerada a mais segura, era de que Lula permanecesse no hospital até à próxima terça-feira, 3 de Outubro.
Mas a inquietude de Lula, que está ainda mais ansioso e irritado do que já era costume, precipitou a alta. Em boletim médico, o hospital justificou a antecipação com uma recuperação de Lula acima das expectativas.
Ainda na sexta-feira, quando deveria manter repouso absoluto depois de ter ficado cinco horas sob anestesia geral e passado por duas cirurgias, uma na anca para implantação de uma prótese e outra plástica, para redução do volume de pele nas pálpebras, Lula, assim que acordou, insistiu e tiveram de colocá-lo em pé, dando alguns passos com ajuda. Este sábado, também auxiliado por uma equipa de fisioterapeutas e sob supervisão médica, o veterano político, que completa 78 anos no final deste mês de Outubro, fez uma caminhada mais demorada na sala contígua ao quarto e iniciou exercícios de reabilitação. Este domingo, Lula avançou outra etapa, e, sempre auxiliado por profissionais de saúde, subiu e desceu escadas.
Lula teve sempre muita dificuldade em aceitar que lhe dissessem o que fazer, por isso tomou a iniciativa de saltar etapas no hospital, ansioso para sair dali. E saiu, 48 horas após as duas cirurgias, e sem passar pela UTI, Unidade de Tratamento Intensivo para onde deveria ter sido levado após as cirurgias, tanto por precaução a alguma intercorrência da anestesia, tanto pela idade, mas não aceitou.
Agora, no Palácio da Alvorada, a residência oficial em Brasília, Lula deverá cumprir uma série de recomendações médicas pelo menos por três semanas, durante as quais terá diversas limitações, nomeadamente só poder andar com o auxílio de um andarilho ou de uma bengala, orientações para as quais começou a "torcer o nariz" mesmo antes da realização das cirurgias. A partir daí, o presidente poderá voltar a despachar do Palácio do Planalto, a sede da presidência, mas a primeira viagem só deve acontecer no final de Novembro, para participar na cimeira ambiental COP28, nos Emirados Árabes Unidos.