O ataque ocorreu cerca das 12h30 (11h30 em Lisboa), na praça de Saint--Lambert, onde está instalado o tradicional mercado de Natal. Segundo testemunhas, um homem num terraço sobranceiro à praça começou por lançar pelo menos três granadas de mão contra uma paragem de autocarro e, de seguida, disparou indiscriminadamente com uma espingarda-metralhadora FAL contra as pessoas que tentavam fugir. Depois de esvaziar o carregador, pegou num revólver e deu um tiro na cabeça.
"Trabalho a cerca de 200 metros do local do atentado, ouvi um estrondo e tiros. Depois vieram os bombeiros e a polícia", contou ao CM o português Vicente Miguel, operário da construção civil em Liège. Outro português, Micael Veloso, só não estava no local por acaso: "Trabalho no mercado de Natal, mas estava de folga. O meu sócio, que é belga, contou-me que houve muito pânico, tiros e pessoas a correr de um lado para o outro."
As vítimas mortais do ataque são dois adolescentes de 15 e 16 anos, uma idosa de 75 anos, um bebé de 23 meses e um jovem de 20 anos. Estas duas últimas mortes foram avançadas pela Imprensa belga mas não estavam oficialmente confirmadas.
O atirador, Nordine Amrani, de 33 anos, de origem marroquina, já tinha cadastro. Fora condenado em 2008 a 58 meses de prisão por associação criminosa. Saiu em liberdade condicional no ano passado.
RACISTA MATA DOIS AFRICANOS EM FLORENÇA
Um italiano de 50 anos matou ontem a tiro pelo menos dois vendedores de rua africanos e feriu três antes de se suicidar, em Florença. A polícia afirma que Gianluca Casseri era um extremista de direita sem antecedentes criminais.
O assassino estacionou o carro na praça Dalmazia à hora de almoço, saiu e começou a disparar com uma pistola. Dois senegaleses foram atingidos mortalmente e outro ficou ferido.
Depois, Casseri voltou ao carro e dirigiu-se para o turístico mercado de San Lorenzo, onde abriu fogo de novo e feriu dois outros vendedores africanos. De acordo com a polícia, a seguir a este segundo tiroteio Casseri fugiu para um parque de estacionamento, onde tinha deixado o carro, e suicidou-se com um tiro na garganta.
A revolta com o ataque racista aqueceu os ânimos na comunidade africana da cidade. Uma multidão furiosa marchou em direcção à Prefeitura para exigir justiça. "Não falem de loucura. Se fosse louco, tinha matado brancos e negros", afirmou um africano.