Também os sofás e cortinados das habitações terão contribuído para a propagação do fogo.
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O edifício destruído pelas chamas na cidade de Valência, em Espanha, era revestido por 'alucobond'.
Num vídeo promocional, a construtora do edifício, a Fbex, destaca "os materiais de excelência e acabamentos de primeira qualidade" do complexo e refere que as fachadas foram "revestidas com um material inovador de alumínio tipo alucobond" , noticiou, esta sexta-feira, o diário El País.
Segundo o jornal espanhol, este material é constituído por um painel formado por duas folhas de alumínio e um enchimento isolante, que pode ser mais ou menos inflamável.
Esther Puchades, especialista que avaliou o edifício há alguns anos, disse ao El País que a fachada continha poliuretano como isolamento interior.
Já o secretário da Associação [espanhola] da Indústria de Poliuretano Rígido, José Manuel Fernández, refere que há um erro nesta avaliação e que não há poliuretano no edifício.
"Esqueceram-se de dizer que cada painel tem apenas 0,5 mm de alumínio contra 5 mm de polietileno sólido", escreveu também o arquiteto e antigo deputado socialista no parlamento valenciano, David Calvo, na rede social X (antigo twitter).
Segundo o El País, o arquiteto refere que existem milhares de edifícios com o mesmo revestimento em toda a Espanha, uma vez que tem um bom comportamento térmico para isolar tanto o frio como o calor. "Além disso, nessa altura era impensável fazer um edifício com tijolo à vista, que estava associado a um estrato social mais baixo e a tempos mais antigos", afirma.
O engenheiro técnico e especialista em instalações, David Higuera, considera que outros materiais de construção terão ajudado à propagação das chamas e que os danos nos tetos só podem ser explicados pela utilização de isolamentos combustíveis.
De acordo com a mesma fonte, o edifício começou a ser construído em 2006 e foi concluído em 2008. Na altura em que foi construído, o novo código de construção, que é mais restritivo na utilização de materiais, ainda não tinha entrado em vigor. Foi aprovado em 2006, mas houve um período de transição até se tornar obrigatório e todos aqueles que tinham solicitado uma licença anteriormente, como era o caso, não estavam sujeitos a ela.
Recorde-se que o poliuretano foi o material apontado, inicialmente, como o responsável pela violência e rapidez na propagação das chamas que destruíram o maior edifício de Valência.
Os meios de comunicação espanhóis avançaram que as chamas se propagaram a todo o edifício em 30 minutos e que isso se devia ao facto do poliuretano ser "altamente inflamável".
Ao Correio da Manhã, Joaquim Leonardo, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins, afirma que "é redutor" dizer que o poliuretano foi a causa do incêndio. O comandante explica que existem vários tipos de poliuretano com maior ou menor inflamabilidade e resistenciabilidade. Acrescentou ainda que o poliuretano é "inflamável como qualquer outro material para revestimento" e que "precisa de muita temperatura para arder".
Joaquim Leonardo asseverou ainda que a maioria dos edifícios na Europa são revestidos por este material e que também os sofás e cortinados das habitações terão contribuído para a propagação das chamas.
Em qualquer caso, como descreve David Calvo, a utilização deste material teria passado em qualquer controlo porque é legal.
A empresa imobiliária que projetou o edifício, em 2010, declarou falência com uma dívida de 640 milhões de euros.
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