De facto, a chanceler Angela Merkel rejeita uma ajuda directa aos bancos, como deseja Rajoy, mas está aberta a um modelo de "resgate suave" (diferente dos oferecidos a Portugal, Grécia e Irlanda) menos castigador para o Estado e mais exigente para as entidades auxiliadas.
A ideia é usar o Estado espanhol como intermediário, transferindo a ajuda para o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, que tomaria as medidas necessárias.
Antes de mais nada, o governo alemão quer "esperar pelos dados das auditorias" sobre a situação real da Banca espanhola. Só depois, conhecidos com rigor os valores envolvidos, é que Berlim aceita negociar o modelo do resgate. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, reforçou esta ideia, embora abrindo caminho a um apoio directo à Banca.
Steffen Seibert, porta-voz de Merkel, sublinhou as reservas alemãs ao lembrar que se a decisão de pedir apoio é da Espanha, o modelo "terá condições" e passará sempre pelo Estado. Quais sejam as condições, não se sabe, e não se sabe também o valor dos juros a pagar.
PARIS BAIXA IDADE DA REFORMA
Num desafio à maré de austeridade na Europa, o presidente francês, François Hollande, anulou uma medida emblemática do seu antecessor e reduziu a idade da reforma de 62 para 60 anos. Os beneficiários são os trabalhadores que começaram a descontar aos 18 ou 19 anos e fizeram carreiras laborais de pelo menos 41 anos. As alterações oferecem vantagens aos desempregados de longa duração e às mulheres com três ou mais filhos que tenham padecido de doenças prolongadas, que serão bonificados com trimestres adicionais para a contagem de tempo de reforma. O governo francês diz que os custos de 1,1 mil milhões de euros anuais (até 2017, e 3 mil milhões depois disso) serão suportados pelo aumento das contribuições.