Mobilizados quatro mil efetivos da polícia para o local.
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Milhares de fiéis aguardam em Tasi Tolu, a oeste de Díli, a missa campal com o Papa, estando uma imensa coluna de católicos a percorrer os últimos quatro quilómetros entre o aeroporto e o local da cerimónia.
De acordo com fontes da polícia, foram mobilizados quatro mil efetivos para o local, colocados pontos de controlo ao longo da estrada, sobretudo junto ao mar, entre o aeroporto internacional Nicolau Lobato e Tasi Tolu.
Os primeiros chegaram de madrugada, sobretudo dos municípios vizinhos, como relatou Paulo Avelar, motorista que transportou dezenas de fiéis de Liquiçá, município a oeste de Díli, "ainda durante a noite".
Liberdade separa missas de Francisco e João Paulo II
Centenas de milhares de pessoas são esperadas esta terça-feira na missa que o Papa Francisco vai celebrar em Tasi Tolu, nos arredores de Díli, o mesmo local onde o João Paulo II esteve há 35 anos.
"Em 1989, era uma noutra situação. Uma situação de opressão, de intimidação, de violência", recordou o vigário para as questões pastorais na arquidiocese metropolitana de Díli, padre Jovito Rego de Jesus Araújo.
O sacerdote timorense, de 61 anos, uma das figuras da Igreja Católica com um papel relevante na resistência, aludia ao tempo em que Timor-Leste estava sob ocupação da Indonésia, entre o final de 1975 e 1999.
Francisco defende "impulso na evangelização" contra "tudo o que humilha"
O Papa Francisco disse que Timor-Leste precisa de renovar o "impulso na evangelização" contra tudo o que "humilha" e "destrói a vida humana", incluindo a violência e a "falta de respeito pela dignidade das mulheres".
O Papa, que iniciou na segunda-feira uma visita de três dias à capital timorense, discursava na Catedral da Imaculada Conceição, num encontro com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e catequistas.
"Também o vosso país, radicado numa longa história cristã, precisa hoje de um renovado impulso na evangelização para que chegue a todos o perfume do evangelho: um perfume de reconciliação e de paz depois dos sofridos anos de guerra", afirmou Francisco.
O Papa referia-se ao Evangelho de João e à história de quando Maria ungiu os pés de Jesus, com perfume de nardo puro, e depois os limpou com os cabelos, espalhando o perfume por toda a casa.
Segundo Francisco, em Timor-Leste o "perfume do evangelho" deve também ajudar os "pobres a reerguerem-se" e suscitar o "empenho de levantar os destinos económicos e sociais do país" e um "perfume de justiça contra a corrupção", que não pode entrar na comunidade, nas paróquias, salientou.
"E, em particular, o perfume do Evangelho deve ser difundido contra tudo o que humilha, deturpa e até destrói a vida humana, contra as chagas que geram vazio interior e sofrimento, como o alcoolismo, a violência e a falta de respeito pela dignidade das mulheres", afirmou.
"As mulheres são o mais importante da igreja, irmãs sejam mães do povo de Deus", disse, recebendo aplausos dos presentes.
Francisco disse que "o Evangelho de Jesus tem o poder de transformar estas realidades obscuras e gerar uma sociedade nova", salientando que é preciso "quebrar a casca" e sair da "religiosidade preguiçosa e cómoda".
O Papa pediu também aos sacerdotes para não terem um "sentimento de superioridade em relação ao povo, induzindo à tentação do orgulho e do poder".
Segundo Francisco, o ministério não é um "prestígio social".
"Lembremo-nos disto: com perfume se ungem os pés de Cristo, que são os pés dos nossos irmãos na fé, a começar pelos mais pobres", disse, lembrando que um padre é um "instrumento de bênção" e "nunca deve aproveitar-se da sua função".
O Papa pediu também para que a "doutrina cristã" seja aprofundada para "amadurecer a partir da formação espiritual, catequética e teológica", porque "tudo serve para anunciar o Evangelho" na cultura timorense e "ao mesmo tempo purificá-la de formas e tradições arcaicas, por vezes supersticiosas".
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