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Morte de inocente incendeia favela

Uma batalha campal de seis horas opôs na noite de terça-feira centenas de habitantes da favela Heliópolis, a maior de São Paulo, e a polícia. Foi o segundo dia de tumultos na região após uma adolescente de 17 anos ter sido morta segunda-feira por uma bala perdida durante uma perseguição da polícia a um carro roubado.

03 de setembro de 2009 às 00:30

Ao contrário do confronto de segunda-feira, que pareceu espontâneo, o de terça foi convocado, ainda não se sabe por quem, através de fotocópias de um bilhete manuscrito que prometia um cabaz de alimentos a quem participasse. À hora marcada, seis da tarde, cerca de 600 pessoas ergueram barricadas nas avenidas que circundam a favela, incendiando pneus e móveis, e começaram a atacar autocarros de passageiros e carros particulares, incendiando cinco veículos pesados e quatro automóveis, além de apedrejarem muitos outros.

A polícia foi recebida com uma chuva de pedras e garrafas, que feriram um dos agentes, e respondeu com cargas de balas de borracha e gás lacrimogéneo. Apavorada, a maioria dos habitantes da favela trancou-se em casa, temendo tanto os amotinados quanto a polícia, e milhares de outras pessoas ficaram retidas em enormes engarrafamentos provocados pelas barricadas.

Ana Cristina de Macedo, cuja morte fez eclodir a revolta, foi atingida por uma bala na cabeça quando voltava da escola. Polícias municipais da cidade vizinha, São Caetano do Sul, perseguiam aos tiros um carro roubado que entrou na favela. Ana Cristina, mãe de uma menina de um ano e oito meses, tinha-se escondido atrás de um carro para fugir das balas e pode ter sido confundida com um dos ladrões, que tinham abandonado o veículo roubado exactamente naquele local.

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