page view

Morto a tiro na varanda de casa com o filho bebé ao colo

Moradores protestam contra ação policial.

30 de março de 2018 às 17:33

A violência policial na cidade brasileira do Rio de Janeiro, onde os moradores por vezes têm tanto medo dos agentes quanto de criminosos, pode ter sido responsável pela morte de mais um inocente. Um homem de 28 anos foi atingido e morto por um tiro quando estava na varanda de sua casa, na favela da Rocinha, com o filho bebé ao colo.

Davidson Farias de Sousa, de 28 anos, tinha ao colo o bebé de 10 meses e estava sentado numa cadeira na pequena varanda da sua casa no Largo da Vila Verde, no coração da Rocinha, quando, segundo várias testemunhas, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar Irromperam na rua a disparar não se sabe exatamente contra quem. Uma bala atingiu Davidson no abdómen e ele caiu.

Ambos foram levados para a UPA, Unidade de Pronto Atendimento, do bairro, onde Davidson morreu pouco depois, não resistindo ao ferimento provocado pela bala da arma de guerra, usada tanto pela polícia como pelos traficantes. O bebé ficou em observação, pois ao cair dos braços do pai bateu com a cabeça no chão.

Moradores, entre eles o irmão de Davidson, Diogo, com a camisola cheia de sangue que a vítima usava ao ser baleada, protestaram contra a ação policial em frente à 11. Esquadra, na entrada da Rocinha. Já a Polícia Militar afirmou em comunicado que os homens do Batalhão de Choque não efetuaram um único disparo, portanto não podem ser responsabilizados pela morte de Davidson.

De acordo com o comunicado, os agentes do Batalhão de Choque faziam patrulhamento de rotina na região conhecida como Larguinho da Vila Verde, na Rocinha, quando ouviram uma série de disparos de armas de grosso calibre. Mas, garante o documento, como não pareciam ser o alvo e nem descobriram de onde partiam os disparos, os agentes não chegaram a usar as suas armas.

Desde sábado da semana passada, pelo menos 10 pessoas foram mortas à bala na Rocinha, na sua maioria em supostos confrontos com a polícia, que acusa as vítimas de serem criminosos perigosos. Em vários casos as famílias dos mortos asseveram que eles não tinham qualquer envolvimento com o mundo do crime e que foram abatidos, em mais de um caso com tiros pelas costas, quando agentes da polícia chegaram de repente a atirar para todos os lados, uma prática denunciada há muito por habitantes de favelas do Rio de Janeiro.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8