O Papa Francisco evocou este sábado em Bagdade, na sua primeira missa pública de rito oriental no Iraque, o amor e a força "que é preciso manter para enfrentar a perseguição" aos fiéis cristãos.
Na homília, marcada pelas restrições impostas pela pandemia de covid-19, o Papa Francisco, citado pela agência France-Presse, falou "do amor, do poder de testemunhar e da força que é preciso manter para enfrentar a perseguição", de que são alvo os fiéis cristãos, castigados nos últimos anos pelo grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico.
Um coro infantil recebeu o Sumo Pontífice, de 84 anos, à chegada à Igreja de São José, no centro de Bagdade, "a que cada paróquia conseguiu enviar apenas 13 fiéis".
No exterior do templo, a "espera ao sol foi longa e silenciosa", mas quebrada assim que o Papa surgiu, por fortes saudações e braços levantados.
O Papa Francisco cumprimentou mulheres, algumas delas cobertas por véus pretos ou brancos. Parecia ainda mais feliz do que os iraquianos que o recebiam. Os jovens - poucos na assembleia - pegaram nos telemóveis para tirar ‘selfies', descreveu a AFP.
O chefe do executivo iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, fez a declaração no Twitter, escrevendo que o anúncio era "em celebração" dos dois eventos de hoje com o Papa, os quais foram rotulados de "históricos" pelo governante.
We, the Iraqi people & government, look forward to welcoming His Holiness Pope Francis. Mesopotamia has always been & will remain a historic meeting place for common human values. Welcome @Pontifex to the land of Sumer, Babylon, Assyria, the land of Prophets & civilisations.
— Mustafa Al-Kadhimi ????? ??????? (@MAKadhimi) March 4, 2021
Al-Sistani, de 90 anos, expressou ao Papa a sua "preocupação de que os cidadãos cristãos vivam, como todos os iraquianos, em segurança e paz, e com todos os seus direitos constitucionais", de acordo com um comunicado do gabinete de Al Sistani.
Francisco foi visto entrando na modesta casa de Al Sistani, em um dos bairros humildes de Najaf, cercado por forças de segurança.
"Agradeço-vos, irmãos bispos e sacerdotes, por permanecerem perto de vosso povo, apoiando-os", disse o Papa Francisco no primeiro dia de sua visita a um país devastado durante quarenta anos por guerras.
A comunidade cristã do Iraque, que em 2003 era composta por 1,5 milhões de fiéis, tem vindo a decrescer, mas o Papa defendeu que "a comunidade católica no Iraque, embora pequena como um grão de mostarda, (deve continuar) para enriquecer a marcha do país como um todo".
"Venho como peregrino (...) para implorar ao Senhor perdão e reconciliação depois de anos de guerra e terrorismo (...) e eu venho entre vós como peregrino de paz", declarou o Papa numa mensagem de vídeo publicado na véspera da sua partida.