A edição de hoje
É preciso coordenação global para travar vírus.
Emergência mundial para Zika
Reunidos de urgência em Genebra, os peritos da OMS consideraram que é preciso uma resposta urgente e unida da comunidade internacional para travar o alastramento até agora descontrolado do vírus, que já atingiu 21 países.
Segundo a diretora-geral da organização, Margaret Chan, a prioridade é proteger as grávidas e os recém-nascidos e eliminar o vírus Aedes Aegypti, que transmite a doença.
A Zika, para a qual não existe cura nem vacina, é uma doença relativamente inofensiva para a maioria da população, mas é particularmente grave no caso das grávidas, uma vez que pode provocar anomalias no desenvolvimento do cérebro dos fetos. Só no Brasil, o país mais afetado, foram registados desde outubro 4180 casos de microcefalia, 68 dos quais mortais.
O ministro brasileiro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu esta segunda-feira que a epidemia "pode ser muito pior" que o indicado pelos números oficiais, uma vez que cerca de 80 por cento dos casos não têm sintomas. Várias fontes estimam, por isso, que o número total de infetados no país pode já ter ultrapassado os 1,5 milhões. Por comparação, a Colômbia, que é o segundo país mais afetado, registou oficialmente cerca de 20 mil casos de infeção com o vírus.
As autoridades brasileiras anunciaram esta segunda-feira várias medidas de exceção para combater a doença, incluindo a proibição de doações de sangue por pessoas infetadas e a autorização de os agentes de saúde entrarem à força em propriedades privadas fechadas para procurar e eliminar possíveis focos da doença, nomeadamente, águas estagnadas, onde o mosquito se reproduz.
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