Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo.
As Nações Unidas reconheceram esta quinta-feira os progressos alcançados por Moçambique desde a independência em áreas como a educação, igualdade de género ou na resposta aos choques climáticos, reiterando o compromisso em apoiar a agenda de desenvolvimento do país.
"As mudanças que aconteceram [desde a independência] são que mais crianças vão para as escolas, a igualdade de género melhorou, a forma como Moçambique responde aos choques climáticos também é visto como uma boa prática na região, e muitos mais", disse hoje Catherine Sozi, coordenadora residente da Organização das Nações Unidas (ONU) em Moçambique.
A responsável, que falava à margem de uma cerimónia de celebração conjunta dos 80 anos da ONU e 50 anos daquela organização humanitária no país, em Maputo, explicou que, apesar dos ganhos alcançados, prevalecem ainda desafios em Moçambique: "Muitas pessoas que não vão à escola, tornando-se analfabetas, temos desafios no sistema de saúde, onde as mães não conseguem ter os seus filhos de forma segura. Temos casamentos infantis, jovens sem emprego, um conflito no norte, onde muitas pessoas estão fugindo por causa da crise, mas também os choques climáticos significam que as casas, lojas e negócios das pessoas são impactados. Então, a segurança ainda não foi alcançada".
Sozi garantiu que a ONU está em Moçambique para "apoiar o Governo nas promessas feitas à sua população", estando agora a fazer, segundo a representante, uma "agenda de desenvolvimento", apoiando na construção e reconstrução de escolas, hospitais e clínicas e trabalhando com as autoridades para criar empregos.
"No norte, onde temos conflito armado, nós estamos a providenciar assistência que salva vida para as comunidades impactadas pela crise, não só pelo conflito, mas pelo impactos climáticos como os ciclones Chido, Dikelede, Jude e até em Gaza e Manicam com a seca", avançou.
Na ocasião, Samaria Tovela, ministra da Educação e Cultura moçambicana, afirmou que, desde a sua fundação, em 1945, a ONU tem sido um "farol de esperança" para milhões de pessoas, agradecendo a ajuda que aquela organização tem concedido a Moçambique na educação, que contribui para a "promoção de uma educação de qualidade, para erradicar o analfabetismo e a pobreza e promover a autossustentabilidade".
"Mesmo diante de desafios, mantemos firme o nosso compromisso de garantir uma educação de qualidade que transforma vidas e construa o futuro de Moçambique", disse a governante, reconhecendo que a parceria com as Nações Unidas tem sido "essencial" no percurso.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O número de ciclones que atinge o país "vem aumentando na última década", bem como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.
A ONU avançou na semana passada que já foram aplicados cerca de 14,5 milhões de dólares (12,4 milhões de euros) em oito meses em assistência monetária a 680 mil afetados por conflitos, secas e ciclones em Moçambique.
Também a província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 5 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.
Quase 93 mil pessoas fugiram de Cabo Delgado e Nampula desde finais de setembro devido ao recrudescimento dos ataques no norte de Moçambique, duplicando o número de deslocados em poucos dias, segundo anteriores dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual.
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