Tinha 84 anos.
Personalidades do Brasil como o ex-jogador de futebol Pelé, a cantora Gal Costa, a apresentadora Ana Maria Braga, políticos e juristas prestaram homenagem ao escritor e humorista Jô Soares, que morreu na madrugada desta sexta-feira, num hospital em São Paulo.
"Jô era um grande amigo, inteligente, perspicaz, bem-humorado e que adorava uma boa conversa. Acordo muito triste com a notícia de que essa grande estrela nos deixou. Apesar daquela famosa fala do filme, 'não, eu não sou Jô Soares'. Mas como profundo admirador, eu adoraria ter sido", escreveu Pelé em sua conta da rede social Twitter.
A cantora Gal Costa, ícone da música popular brasileira, frisou também, em mensagem nas redes sociais, que "a saudade ficará para sempre, e a lembrança de seu sorriso também", na legenda de uma foto em que ela aparece ao lado de Jô Soares, no "Programa do Jô", de entrevistas, que ele comandou durante décadas.
A apresentadora brasileira Ana Maria Braga, que também publicou uma foto com Jô Soares, frisou em mensagem ter tido "a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido de todos nós". "Hoje o dia amanheceu mais sem graça. Vá em paz meu amigo!".
A equipa de futebol Fluminense, da qual Jô Soares era adepto, também usou as redes sociais para o homenagear, em seu perfil oficial.
"O Fluminense lamenta profundamente a morte do apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares, um dos principais nomes do cenário cultural brasileiro e Tricolor de coração. Desejamos muita força aos amigos e familiares", disse a equipa tricolor 'carioca'.
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e candidato ao cargo máximo do Executivo, nas eleições marcadas para outubro próximo, também escreveu uma mensagem nas redes sociais destacando que "Jô Soares foi um dos atores, autores, comediantes e entrevistadores mais talentosos da história do Brasil. Seus talentos e atividades eram tantos que desafiam categorias. Uma pessoa generosa que por anos conduziu entrevistas que foram um importante espaço de debate para o país."
O também candidato à Presidência do Brasil, Ciro Gomes, comentou a morte do humorista e jornalista lembrando que o país tem agora "menos motivo para rir".
"Perdemos Jô Soares, uma das nossas maiores referências de inteligência, talento e humor. Descanse em paz querido Jô e receba, de todos nós, aquele carinhoso e agradecido beijo bem gordo", acrescentou Ciro Gomes.
A senadora e candidata à Presidência brasileira Simone Tebet destacou "Uma grande tristeza. O ator, diretor, escritor, humorista e brilhante Jô Soares nos deixou nesta manhã aos 84 anos. Seus personagens marcaram nossas vidas e o Brasil aprendeu muito com sua inteligência. Meus sentimentos aos familiares e amigos".
Postulante à vice-presidência do Brasil na candidatura de Lula da Silva, Geraldo Alckmin, destacou em mensagem nas redes sociais que Jô Soares foi "uma das mais ilustres personalidades brasileiras", acrescentando que ele "nos deixa um legado de devoção à literatura, ao teatro, à música e ao entretenimento."
O senador Flávio Bolsonaro, filho do atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, lamentou a morte de Jô Soares frisando que o Brasil perdeu um de seus grandes talentos.
"Ele [Jô Soares] criou personagens divertidos e bordões memoráveis. Impossível esquecer! Que Deus o tenha e conforte o coração de todos!", escreveu Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
Mensagem de pesar e agradecimento também foi publicada pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso.
"Jô Soares foi um dos símbolos da minha primeira juventude, com seu humor inteligente. Depois, tornou-se um culto e espirituoso entrevistador. Um dos grandes do nosso tempo. Fará imensa falta. Abraço afetuoso na família", escreveu o magistrado.
Filho do empresário Orlando Soares, do Rio de Janeiro, Jô Soares estudou na Europa, a partir dos 16 anos, com o objetivo de seguir a carreira diplomática.
Aos 20 anos, porém, de regresso ao Brasil, é seduzido pelo cinema, aceitando um papel no filme "O Homem do Sputnik", de Carlos Manga, onde o talento é reconhecido e lhe abre as primeiras portas da televisão e dos palcos.
No final da década de 1950, a biografia oficial coloca-o em canais como TV Rio, TV Continental e TV Tupi, para os quais também escrevia, ao mesmo tempo que se estreia nos palcos, e trabalha ao lado de atores como Paulo Autran e Tônia Carreiro, já consagrados.
Durante os anos de 1960, manteve-se na TV Record, chegando à Rede Globo, em 1968, onde se estreou com "Faça Humor Não Faça Guerra".
O sucesso maior aconteceu em 1981, quando estreou "Viva o Gordo", que se manteve nos ecrãs durante seis temporadas, e chegou a Portugal, na altura, através da RTP.
Seguiu-se "Veja o Gordo", desta vez no canal SBT, onde completou 17 anos de emissões.
Ainda nos anos de 1980, Jô Soares optou por um modelo de 'talk show' mais próximo do norte-americano, intercalando convidados, entrevistas, 'sketches' e música. Surgiu assim "Jô Soares Onze e Meia", ainda na SBT, que deu origem, mais tarde, a "O Programa do Jô", de novo na Globo, que chegou a Portugal através do canal por cabo GNT.
Como escritor de ficção, assinou títulos como "O Xangô de Baker Street", "O Homem Que Matou Getúlio Vargas" e "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras", obras editadas em Portugal pela Presença.
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