Governo moçambicano assegura que está a reforçar as medidas de segurança para proteger as comunidades afetadas.
Pelo menos 45 casas de duas aldeias de Nampula, norte de Moçambique, foram incendidas na quarta-feira por alegados grupos terroristas que se deslocaram da vizinha província de Cabo Delgado, confirmou este sábado o Governo.
"Há uma movimentação de terroristas de Cabo Delgado para a província de Nampula, tendo entrado no distrito de Memba onde cometeram algumas ações, tendo incendiado residências da população em dois povoados, um do posto administrativo de Lúrio e o outro no posto administrativo de Chipene", disse o secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Nerino Pereira.
"As Forças de Defesa e Segurança reagiram atempadamente e esses facínoras estão a ser debelados", acrescentou o governante, referindo que "por instante não há registo de mortos".
"Ainda não temos informação de mortos. Mas num dos povoados foram queimadas 30 casas e no outro 15 casas. Há deslocados que ainda estão a ser contabilizados, alguns na sede do distrito de Memba e outros em Eráti", disse ainda.
O Governo moçambicano assegura que está a reforçar as medidas de segurança para proteger as comunidades afetadas e que as operações de vigilância e patrulhamento foram intensificadas na região, com o objetivo de neutralizar eventuais grupos remanescentes e garantir a estabilidade.
"Mensagem de coragem, mensagem de muita força e o que Governo não os abandona", afirmou o secretário de Estado na província de Nampula.
A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas desde então. Em maio registaram-se igualmente ataques na vizinha província de Niassa e agora em Nampula, numa zona que tem acolhido milhares de deslocados dos distritos atacados, nos últimos meses, no sul de Cabo Delgado.
No final de julho, ataques destes grupos já tinham provocado mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre, sul da província de Cabo Delgado, segundo dados oficiais anteriores.
Entretanto, a província regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe e Meluco. Mais recentemente também Mocímboa da Praia - onde aconteceu o primeiro grande ataque terrorista, em 05 de outubro de 2017 -, com registo de vários mortos, levando neste caso a organização Médicos Sem Fronteiras a suspender as atividades locais, por questões de segurança.
De acordo com dados das Nações Unidas, entre 19 e 26 de setembro de 2025, a escalada de ataques e a insegurança provocada por grupos armados em Cabo Delgado provocou igualmente cerca de 22 mil deslocados nos distritos de Balama, Mocímboa da Praia e Nangade.
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse em 25 de setembro que a segurança em Cabo Delgado melhorou, mas que a ameaça terrorista permanece, pedindo às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) "estratégias para incinerar" esses grupos insurgentes.
"A realidade manda dizer que esse esforço não tem sido suficiente. Por isso, ao comemorarmos o 61.º aniversário das FADM, queremos orientar os três pilares das Forças de Defesa e Segurança a encontrarem estratégias para incinerarmos o terrorismo no nosso país", afirmou.
Daniel Chapo reconheceu a "complexidade" da missão de combate ao terrorismo, mas sublinhou o nível de preparação alcançado nos últimos anos pelas Forças Armadas.
"Sabemos que ao longo destes anos adquiriram experiência, criaram estruturas e formaram muitos quadros nas academias, capazes de enfrentar esses desafios com mestria. Portanto, recomendamos enviar os melhores quadros para o terreno do Teatro Operacional Norte. O terrorismo não se vence deixando os melhores militares, os melhores quadros, os familiares ou os filhos dos chefes nos gabinetes", apontou.
"Todo o cidadão que faz parte das Forças de Defesa e Segurança deve ir ao Teatro Operacional Norte. Isto é inegociável", avisou.
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