Mulher enganada por perfil falso perdeu 276 mil euros.
C.C.7 de Novembro de 2015 às 19:09
Homem retratado no falso perfil de Facebook é um californiano que trava uma batalha contra o cancro
Uma mulher de Perth, na Austrália, apaixonou-se por um perfil falso no Facebook com o nome de Allan McCarty. O romance levou-a a emprestar 300 mil dólares (mais de 276 mil euros) ao falso designer escocês para que o homem investisse num negócio que estava a desenvolver. Allan McCarty acabou por desaparecer e a mulher perdeu o dinheiro que tinha emprestado.
Parte do dinheiro foi para os EUA e para o Dubai mas, segundo o site australiano WA Today, alguns fundos também foram aplicados na África Ocidental. Já os sites do alegado negócio utilizado para enganar as vítimas – allanmccarty.com e allanmccartydecor.com – estavam registados na Nigéria.
O homem a quem pertencem as fotos de "Allan McCarty" é um californiano que tem o Facebook configurado para baixos níveis de segurança e privacidade, o que permite que lhe "roubem" várias fotografias pessoais.
Na vida real, este californiano luta contra um cancro. Os cibercriminosos souberam da história comovente e utilizaram-na para conquistar as vítimas e convencê-las a emprestar dinheiro.
"Neste caso a senhora não nos disse muita coisa, ela está obviamente um pouco envergonhada por ter perdido dinheiro", explicou Gary Newcombe, Comissário da Proteção de Consumidores na Austrália, à rádio 6PR.
A polícia acredita que, anteriormente, estes cibercriminosos utilizaram as mesmas fotos de Allan McCarty para criar uma outra identidade, Brian Scott.
Maioria das vítimas são mulheres Ao investigar este caso, a polícia australiana descobriu outras vítimas no país, nomeadamente em Nova Gales do Sul e Tasmânia. A vulgarização deste crime na Austrália já levou à criação de um programa de televisão e um documentário no país. "Isto é uma sofisticada e organizada rede criminosa internacional", garantiu o comissário.
Um estudo da Universidade de Griffith, na Austrália, concluiu que a maioria das vítimas deste tipo de crime são mulheres, com idades compreendidas entre os 50 e os 59 anos.
"As pessoas muitas vezes nem querem acreditar que possam ser enganadas assim, mas já vimos muitas pessoas afectadas. Todos nós ficamos vulneráveis em determinados momentos das nossas vidas", acrescentou Gary Newcombe.