O partido da esquerda radical espanhola Podemos aceitará concorrer em conjunto com os comunistas do Izquierda Unida (IU) em caso de novas eleições gerais em Espanha, a 26 de junho, indicaram esta quarta-feira fontes do partido.
Podemos e IU poderão agora iniciar negociações para formalizar a ida conjunta às urnas - concorrendo como coligação eleitoral ou com uma nova "marca" partidária - bem como a composição das listas.
Os deputados espanhóis têm até 2 de maio para eleger um novo presidente do Governo (primeiro-ministro), caso contrário as Cortes Gerais (parlamento) serão dissolvidas e Espanha realizará novas eleições.
O único acordo de formação de executivo assinado até ao momento foi entre o Partido Socialista (PSOE), que tem 90 deputados, e o partido de centro-direita Ciudadanos, com 40 deputados, insuficiente para eleger o secretário-geral e candidato socialista, Pedro Sánchez.
Os socialistas queriam que o Podemos viabilizasse a eleição de Sánchez - apoiando ou abstendo-se numa sessão de investidura - mas o partido liderado por Pablo Iglesias rejeitou essa possibilidade.
Rei reúne-se com os partidos na próxima semanaIglesias propôs pouco depois das eleições de 20 de dezembro um governo de coligação à esquerda, integrando não só o Podemos mas também a Izquierda Unida, de Alberto Garzón. O PSOE recusou essa via.
O Podemos averbou 5,189 milhões de votos nas eleições de dezembro (apenas menos 300 mil do que o PSOE), enquanto a coligação da Izquierda Unida registou 923 mil votos. Caso mantenham a tendência de votos, os dois partidos em conjunto superam os 5,5 milhões de votos do PSOE.
Na próxima semana, o rei de Espanha, Felipe VI, recebe os partidos para uma última ronda de reuniões. O monarca quer perceber se existe alguma possibilidade de acordo que viabilize um governo, antes de dissolver o Congresso dos Deputados e o Senado para abrir caminho a novas eleições.