page view

Polícia brasileira monta operação contra aliados de Bolsonaro acusados de divulgarem notícias falsas sobre covid-19

Mandados não incluem detenções e estão a ser cumpridos em Brasília e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.

27 de maio de 2020 às 12:23

Um dia após ter realizado uma operação que atingiu em cheio o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acérrimo crítico de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal brasileira voltou esta quarta-feira às ruas de vários estados do país para cumprir 29 mandados de busca e apreensão, desta feita contra aliados do presidente. Os mandados, que, tal como na operação de terça-feira no Rio,  não incluem detenções, estão a ser cumpridos em Brasília e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.

Entre os alvos desta nova operação estão o deputado regional de São Paulo Douglas Garcia, o blogueiro Alan dos Santos, o empresário Luciano Hang e o deputado federal Roberto Jefferson, todos aliados ferrenhos de Jair Bolsonaro.

Roberto Jefferson é o mesmo que, depois de apoiar Lula da Silva, em 2005 denunciou o escândalo de corrupção que ficou conhecido como "Mensalão", pelo qual acabou por ser preso e cumprir pena, e que nas últimas semanas coordenou a criação de uma base de apoio ao presidente Bolsonaro formada por partidos do chamado "Centrão", que antes já apoiaram os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, e com os quais o atual chefe de Estado tenta inviabilizar a aprovação de algum eventual pedido de impeachment dos mais de 30 já apresentados por partidos e cidadãos ao Congresso Nacional.

A operação desta quarta-feira faz parte do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o disparo em massa de fake news (notícias falsas) que espalham mentiras e denigrem políticos contrários a Jair Bolsonaro. Essas mensagens também têm sido usadas para ameaçar, inclusive de morte, juízes do STF, que têm limitado ou anulado decretos de Bolsonaro considerados ilegais e abusivos.

Apesar de não serem formalmente investigados, os três filhos políticos de Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e, principalmente, o vereador Carlos Bolsonaro, têm tido os seus nomes ligados à disseminação de notícias falsas contra críticos do pai.

Nenhum deles é alvo da operação desta quarta-feira, segundo as primeiras informações avançadas por fontes da polícia, mas a investigação já apurou que algumas das fake news foram disparadas de computadores de assessores de Eduardo e Carlos, que alegam ser inocentes e desconhecer esses disparos. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8