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Polícia do Nepal dispersa milhares de manifestantes em protesto contra bloqueio de redes sociais

Ministério da Comunicação e Tecnologia da Informação ordenou na quinta-feira o bloqueio de 26 plataformas de internet, incluindo o Facebook, o YouTube, a X e o LinkedIn.

08 de setembro de 2025 às 11:40

A polícia nepalesa usou esta segunda-feira gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar milhares de manifestantes em Katmandu que protestavam contra o bloqueio das redes sociais e para denunciar a corrupção governamental.

A polícia interveio quando o protesto se aproximava do parlamento, cujo acesso tinha sido bloqueado.

"Usámos gás lacrimogéneo e canhões de água quando os manifestantes entraram na área restrita", avançou o porta-voz da polícia local, Shekhar Khanal.

"Muitas pessoas ficaram feridas de ambos os lados", acrescentou, sem fornecer mais pormenores.

O Ministério da Comunicação e Tecnologia da Informação do Nepal anunciou na quinta-feira ter ordenado o bloqueio de 26 plataformas de internet, incluindo o Facebook, o YouTube, a X e o LinkedIn, que não se registaram dentro do prazo que tinha sido dado.

De acordo com uma decisão de 2023 do Supremo Tribunal de 2023, o ministério exige que as plataformas nomeiem um representante local e uma pessoa responsável por regular os seus conteúdos, o que, no caso das empresas em causa, não aconteceu.

Esta decisão, interrompeu muitas atividades no país, levou muitos utilizadores furiosos a protestar.

"Estamos aqui para denunciar o bloqueio das redes sociais, mas essa não é a nossa única motivação", disse o estudante Yujan Rajbhandari, de 24 anos, em declarações à agência de notícias francesa AFP.

"Também estamos a denunciar a corrupção institucionalizada no Nepal", acrescentou o estudante.

"Esta decisão reflete as práticas autoritárias do Governo e queremos que isso mude", explicou outro estudante, Ikshama Tumrok, de 20 anos.

Desde que o bloqueio entrou em vigor, as plataformas ainda em funcionamento, como o TikTok, têm sido inundadas com vídeos a questionar o estilo de vida luxuoso dos filhos dos políticos.

"Tem havido protestos contra a corrupção em todo o mundo, e eles [os líderes] temem que o mesmo aconteça aqui", referiu outra manifestante, Bhumika Bharati.

Num comunicado divulgado no domingo, o Governo negou qualquer tentativa de minar a liberdade de pensamento e de expressão e argumentou que a sua decisão visa criar "um ambiente de proteção e livre exercício" dos direitos das pessoas.

O Governo reiterou que as plataformas alvo voltarão a funcionar assim que apresentassem um pedido de registo.

O bloqueio decretado na quinta-feira não é inédito.

Em julho passado, por exemplo, o Governo nepalês suspendeu o serviço de mensagens Telegram, alegadamente devido ao aumento de fraudes 'online'.

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