A Polícia Federal brasileira desencadeou esta quarta-feira uma grande operação em Brasília e outros quatro estados para prender criminosos ligados à facção criminosa de São Paulo PCC, Primeiro Comando da Capital, que pretendiam raptar e matar diversas autoridades, entre elas o ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, o hoje senador Sérgio Moro. Até às 10 horas brasileiras, 13 horas em Lisboa, ao menos seis criminosos já tinham sido localizados e detidos na região da cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, e outros três em outros locais.
A operação foi desencadeada, além de São Paulo, em Brasília e nos estados do Paraná, de onde Moro é natural e onde fez a sua carreira como magistrado, Mato Grosso do Sul e Rondónia. Ao todo, estão a ser cumpridos 11 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão.
Segundo as primeiras informações da Polícia Federal, a inteligência interna da corporação identificou um plano do PCC, a maior organização criminosa do Brasil, para desencadear uma vaga de ataques criminosos pelo país, incluindo raptos e até os assassínios de autoridades. Além de Moro, que quando foi ministro da Justiça autorizou a transferência dos 21 principais líderes do PCC de cadeias em São Paulo para as temidas prisões federais onde estão até hoje, a facção pretendia matar também o promotor público Lincoln Gakya, o maior inimigo do PCC há anos, directores de prisões e guardas prisionais, entre outros alvos.
Quase todos os anos planos como este têm sido detectados e desarticulados pelas autoridades regionais ou federais brasileiras, visando criar um clima de terror no país, como aconteceu com os grandes ataques feitos pelo PCC em 2006 e 2007, quando mais de 500 pessoas foram mortas, entre criminosos, polícias e civis. A estratégia do novo plano era semelhante à dos anteriores, raptar pessoas de grande representatividade para exigir resgates e conseguir fundos para a organização criminosa, e depois exigir a libertação dos líderes da facção em troca da vida dos raptados, excepto casos como o de Moro e de Gakya, que no final seriam mortos como exemplo e represália.