Miguel Mendes considera que o momento vivido será ultrapassado e que "o povo americano também irá dar resposta".
A crise política ou a segunda destituição a Donald Trump não abala a confiança de Miguel Mendes, português que vive e trabalha em Washington, de continuar a ter a sua "segunda casa" nos Estados Unidos da América.
Miguel Mendes, que aos 30 anos trabalha no Banco Mundial, no apoio a investimentos privados em mercados emergentes, considerou à agência Lusa que a crise política nos Estados Unidos da América será ultrapassada e que "o povo americano também irá dar resposta".
"Os Estados Unidos são o país que são devido às oportunidades que abrem a todas as pessoas que procuram realização pessoal e profissional. Eu acredito que os Estados Unidos continuarão a ser uma segunda casa para mim e vão continuar a abrir-me portas em termos de desafios profissionais", disse à Lusa o antigo estudante da Universidade do Porto e da Universidade Johns Hopkins (norte-americana).
O Presidente cessante Donald Trump está a ser alvo do segundo processo de destituição, algo que constitui um acontecimento "simbólico" para Miguel Mendes, em que se impõe "o chamar à verdade", independentemente do resultado final.
O julgamento para a destituição só deverá acontecer depois de Donald Trump deixar a Presidência, a 20 de janeiro, se o Senado americano aprovar a condenação.
A primeira vez da história em que um Presidente dos Estados Unidos é alvo de 'impeachment' em duas ocasiões é algo que representa muito "simbolismo" e "peso" para a sociedade norte-americana, que se encontra dividida, considerou o também antigo assessor económico, em 2015, do Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Miguel Mendes acredita que "os americanos estão muito atentos à situação, porque é algo que precisam, para ter estabilidade e para o mundo voltar a acreditar nos Estados Unidos e olhar os EUA como um país credível, seguro e estável".
"Está em questão a confiança das pessoas nas instituições democráticas" afirmou Miguel Mendes, acrescentando que para o próximo Presidente Joe Biden, esse será "um dos grandes desafios" -- assegurar que as instituições são respeitadas e a população se sente segura.
A insurreição de grupos da extrema-direita e invasão a um dos lugares sagrados da democracia americana, em 06 de janeiro, foi uma "surpresa enorme" e um evento "chocante" para Miguel Mendes, que aproveitou a obrigatoriedade do teletrabalho da Corporação Financeira Internacional do Banco Mundial, onde trabalha, para passar um período em Portugal.
Para o português, os eventos de 06 de janeiro foram realizados por "terroristas domésticos e movimentos da extrema-direita que não são representativos da população dos Estados Unidos".
"O que aconteceu foi que um grupo não aceitou os resultados da eleição e entrou para influenciar a confirmação do Joe Biden, enquanto a grande maioria da população estava em casa", defendeu.
Os democratas do Congresso estão a seguir o processo de 'impeachment' ao Presidente cessante, "com todo o direito", disse Miguel Mendes, "devido às palavras que o Presidente proferiu na semana passada, no sentido da violência, foi claro".
O economista acredita que essa questão será ultrapassada em breve "e os americanos irão respeitar o Presidente" Joe Biden e vão focar-se "no que interessa neste momento, que é ultrapassar a pandemia e a recuperação económica".
Para as prioridades no futuro dos EUA, Miguel Mendes coloca o combate à covid-19, o aceleramento e cobertura total do plano de vacinação e ainda a recuperação da economia e criação de empregos "que foram destruídos".
O economista defendeu também que Portugal tem um papel importante na reaproximação com os EUA, nas relações transatlânticas, por presidir ao Conselho da União Europeia durante seis meses".
Portugal "tem uma oportunidade de reforçar as relações, melhorar as trocas comerciais e promover uma recuperação económica e uma transição verde e digital, de que todos podemos beneficiar", concluiu Miguel Mendes.
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