Comunidade portuguesa na África do Sul segue "com grande preocupação" a evolução da pandemia.
A comunidade portuguesa na África do Sul segue "com grande preocupação" a evolução da nova variante do coronavírus que causa a Covid-19, detetada no país, com o impacto nos negócios, como as viagens, a ser visto como "um terramoto".
"Isto está a ser um terramoto", afirmou à Lusa o conselheiro-chefe do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) naquele país, Silvério Silva.
A União Europeia decidiu esta sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique e África do Sul, devido à identificação de uma variante do coronavírus, causador da covid-19, na África do Sul, altamente mutante.
Decisão semelhante foi tomada por vários outros países, como Reino Unido, Canadá, Israel ou Filipinas.
Portugal já impôs a suspensão de voos de e para Moçambique a partir de segunda-feira, mas desde das 00:00 de hoje, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique, África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué, "ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde", determinou o Governo.
"A comunidade portuguesa está toda assustada, principalmente aqueles que queriam viajar ou mandar vir as pessoas para passar o mês de dezembro ou apenas o Natal por aqui", comentou o conselheiro das comunidades.
Silvério Silva, 84 anos, tem outra razão para estar preocupado. Quase há meio século que tem uma agência de viagens e turismo em Joanesburgo, onde vive há 55 anos, e tinha já muitos bilhetes vendidos para o mês de dezembro, que abrange um período de férias na África do Sul, além das festas natalícias e de final do ano.
Sobre a nova variante do coronavírus que causa a covid-19, Silvério Silva disse ter esperança de que o bom tempo que se faz sentir na África do Sul -- que vive agora a estação quente -- ajude a travar o contágio.
E em relação a um novo confinamento, que as autoridades sul-africanas deverão anunciar brevemente, de 15 de dezembro a 15 de janeiro, afirmou que deverá ser "mais leve" e com menor impacto do que os anteriores, pois decorre durante o mês das férias.
Lígia Fernandes, conselheira a residir no Cabo, cidade onde vive há 60 dos seus 75 anos, disse à Lusa que a comunidade portuguesa está "muito apreensiva" com as últimas notícias sobre a variante B.1.1.529.
"Os portugueses estão muito confinados, ficam nas suas casas, com a sua família e pouco mais. E tem sido assim desde o início da pandemia", afirmou.
Uma das consequências deste auto-confinamento foi a suspensão de uma série de eventos em que a comunidade portuguesa costumava participar nesta época do ano, como o jantar do final do ano da Academia de Bacalhau, que foi cancelado por falta de participantes que estão a evitar os ajuntamentos.
Paralelamente, nos últimos tempos tem-se registado um aumento do número de voos de pessoas oriundas da Europa, com o objetivo de passar os meses de verão nas residências que têm na África do Sul.
Também muitos portugueses planeavam viajar até Portugal, nomeadamente para a Madeira -- origem de muitos dos emigrantes portugueses na África do Sul -- na altura do Natal e passagem de ano, mas, agora, com os condicionamentos nas viagens, desconhece-se se esse fluxo aéreo se vai manter e como será o regresso destes passageiros.
Lígia Fernandes lamenta que a percentagem de vacinados não vá além dos 50% da população e receia que, com a frequência das ligações aéreas, a nova variante alastre.
A nova variante B.1.1.529 foi detetada em 11 de novembro na África do Sul, depois de um aumento exponencial de infeções, que levou os cientistas a estudarem amostras de vírus relacionadas com o surto.
Na quinta-feira, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) da África do Sul anunciou a descoberta da nova variante e, desde então, foram identificados casos na Bélgica, em Israel, Hong Kong (Região Administrativa da China) e Botswana.
A nova variante tem 30 mutações na proteína da espícula, a "chave" que permite ao vírus entrar nas células humanas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que na sexta-feira reuniu peritos responsáveis pela monitorização da evolução do SARS-CoV-2, indicou que são necessárias "várias semanas" para conhecer o nível de risco e transmissibilidade da nova estirpe.
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