João Lourenço cusou Israel de uma "desproporcional e violenta ação de resposta e retaliação" após 7 de outubro.
O Presidente angolano criticou esta quarta-feira a "passividade" da ONU face a invasões e interferências em países soberanos e acusou Israel de estar a desenvolver na Faixa de Gaza "uma política de extermínio de um povo".
João Lourenço, que falava na terça-feira à noite (madrugada de esta quarta-feira em Lisboa) em Nova Iorque na 80.ª Assembleia Geral da ONU falou dos vários conflitos que ocorrem a nível mundial em consequência da passividade dos Estados-Membros das Nações Unidas, "que se têm revelado muitas vezes inoperantes face às invasões de territórios terceiros e às interferências na ordem interna de países soberanos", sem uma reação firme e inflexível.
Apontou, em particular o caso do Médio Oriente "onde o incumprimento sistemático das pertinentes resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a criação do Estado da Palestina mantém aceso um conflito que se agrava todos os dias" sem fim à vista.
Acusou Israel de uma "desproporcional e violenta ação de resposta e retaliação" após o trágico 7 de outubro, já que "tendo direito à sua existência como um Estado e a exigir a libertação dos ainda reféns" não se pode permitir que se desenvolva na Palestina, e particularmente na Faixa de Gaza, uma política de extermínio de um povo.
"O povo palestiniano não pode ser confundido com o Hamas, porque não há povos e muito menos crianças terroristas", frisou.
Criticando o silêncio e hesitações da comunidade internacional, o que "parece legitimar a expansão da guerra para os países da região, corroendo inexoravelmente a autoridade das Nações Unidas", o chefe de Estado angolano acrescentou que a exclusão da delegação palestiniana nesta Assembleia Geral "emite um sinal muito negativo, pois encoraja a continuação do genocídio".
"Nada pior do que a exclusão da delegação da Palestina a este fórum onde teria o direito de fazer ouvir a sua voz como Estado-membro, à luz dos termos do acordo de sede", realçou.
"Condenamos veementemente esta posição unilateral, contrária aos princípios que regem as Nações Unidas, da mesma forma que apelamos ao levantamento sem condições do injusto e prolongado embargo contra Cuba", prosseguiu o chefe de Estado angolano.
Apontou ainda as sanções "unilaterais e subjetivas" aplicadas ao Zimbabué e à Venezuela como exemplo de uma atuação de "um pequeno grupo de países" que "não se ajusta a padrões minimamente aceitáveis de convivência global" e que apenas geram sofrimento nas populações.
Insistindo no resgate da autoridade da ONU "sem narrativas de dois pesos e duas medidas", apelou a soluções justas para a guerra na Ucrânia, com envolvimento direto dos líderes europeus no diálogo com a Rússia e não só com a Ucrânia, depois de o Presidente Trump ter tido "o pragmatismo de se encontrar com o Presidente Putin".
"Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar esta oportunidade, sob pena de assistirmos a uma escalada com consequências imprevisíveis não só na Europa, mas no mundo", advertiu.
João Lourenço defendeu ainda a reforma do Conselho de Segurança, com dois assentos permanentes e cinco não permanentes para África, num órgão mais representativo da realidade geopolítica atual.
Sobre a crise climática, que considerou "a maior ameaça existencial da atualidade", afirmou ser "imperioso que as nações que mais beneficiaram do desenvolvimento industrial assumam plenamente a sua responsabilidade histórica, garantindo, num gesto de justiça climática, financiamento adequado, transferência de tecnologia e apoio à adaptação e mitigação nos países em vias de desenvolvimento".
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