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Presidente israelita considera que reconhecimento do Estado da Palestina é "dia triste" para os que querem paz

Reino Unido, Canadá e Austrália formalizaram este domingo o reconhecimento do Estado da Palestina, um passo que Portugal deverá anunciar ao início da noite.

21 de setembro de 2025 às 19:51

O presidente israelita, Isaac Herzog, afirmou este domingo que o reconhecimento do Estado palestiniano pelos países ocidentais é um dia triste para aqueles que querem a paz, de acordo com um comunicado do seu gabinete.

"Isto não ajudará nenhum palestiniano, não libertará nenhum refém e não nos ajudará a chegar a um acordo entre israelitas e palestinianos. Isto só fortalecerá as forças das trevas", disse Herzog, acrescentando que "é um dia triste para aqueles que procuram a verdadeira paz".

O presidente observou que, após os ataques do grupo islâmico Hamas em 7 de outubro de 2023, a medida "não é surpreendente, sendo bem recebida pelo Hamas, que continua a sua campanha de terror e mantém 48 reféns em túneis e celas em Gaza".

Os governos do Reino Unido, Canadá e Austrália formalizaram este domingo o reconhecimento do Estado da Palestina, um passo que Portugal deverá anunciar ao início da noite, através do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Num comunicado, divulgado pela agência noticiosa espanhola EFE, o Hamas classificou a decisão destes três países como "um passo relevante para afirmar o direito do povo palestiniano à sua terra e aos seus locais sagrados, bem como para estabelecer o seu Estado independente com Jerusalém como capital".

"É uma homenagem à luta, à perseverança e aos sacrifícios do nosso povo no caminho para a libertação e o regresso", acrescentou.

O grupo extremista palestiniano também advertiu que este gesto deve "ser acompanhado de medidas práticas" que conduzam "ao fim imediato" da guerra na Faixa de Gaza e à "luta contra os projetos de anexação e judaização" na Cisjordânia e em Jerusalém.

O Hamas instou ainda a comunidade internacional, a ONU e as suas instituições a "isolar" Israel, cessar toda a cooperação e coordenação, intensificar as medidas punitivas contra o país e trabalhar para levar os seus líderes perante tribunais internacionais, exigindo-lhes responsabilidades por "crimes contra a humanidade".

Estes reconhecimentos surgem num contexto de crescente pressão diplomática para avançar com uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, marcado por décadas de impasse nas negociações de paz.

Israel rejeitou o reconhecimento e argumentou que é uma "enorme recompensa ao terrorismo". Em palavras dirigidas aos líderes ocidentais, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que não haverá um Estado palestiniano.

A decisão política e diplomática de Lisboa, Londres, Otava e Camberra acontece na véspera de uma conferência promovida pela França e Arábia Saudita sobre a solução dos dois Estados, no âmbito da semana de alto nível da 80.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também reconhecerá o Estado palestiniano durante a conferência desta segunda-feira.

Outros países que deverão fazê-lo são Bélgica, Malta, Luxemburgo (todos da União Europeia), Andorra e São Marino, segundo a presidência francesa.

Quase 150 países reconhecem o Estado palestiniano em todo o mundo, sendo que Reino Unido e Canadá tornaram-se hoje os primeiros do G7, o grupo das sete maiores economias desenvolvidas do mundo, a fazê-lo.

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