Demissão de Lecornu ocorreu, na segunda-feira, apenas 14 horas após ter revelado a composição do seu Executivo.
O primeiro-ministro francês demissionário, Sébastien Lecornu, iniciou esta terça-feira a ronda de contactos para encontrar uma fórmula de estabilidade, como pedido pelo Presidente, Emmanuel Macron, recebendo na sede do Governo os líderes dos partidos da aliança macronista.
"Todos concordaram quanto a estas duas urgências, com uma vontade partilhada de encontrar uma solução rápida. Seguiu-se uma troca de opiniões sobre a urgência orçamental e os parâmetros de um possível compromisso com as oposições", afirmou num comunicado divulgado após a reunião.
No documento, Sébastien Lecornu afirma querer "concentrar as discussões" em dois pontos: a aprovação do orçamento e "o futuro da Nova Caledónia", e convida todas as forças políticas para prosseguir "as discussões" entre "esta tarde e amanhã de manhã".
Na mesa do chefe de Governo estiveram dois antigos primeiros-ministros: Gabriel Attal, que preside o partido fundado por Macron, e Édouard Philippe, representante do grupo Horizontes, além de Marc Fesnau, do centrista MoDem, liderado também por um antigo primeiro-ministro, François Bayrou.
O atual ministro do Interior em funções e líder do partido conservador tradicional Republicanos, que fez parte dos últimos dois Executivos e não esteve presente na reunião, Bruno Retailleau, afirmou que prefere manter um contacto bilateral com Lecornu e que não pretende que o seu partido seja associado ao macronismo.
Retailleau, que não esconde as suas ambições presidenciais para 2027, foi um dos responsáveis pela queda de Lecornu, ao levantar dúvidas sobre a sua continuidade no Executivo momentos após ter sido nomeado no passado domingo, afirmando sentir-se traído pelo primeiro-ministro.
A demissão de Lecornu na segunda-feira, apenas 14 horas após ter revelado a composição do seu Executivo, abriu uma nova crise em França.
As críticas a Macron intensificaram-se após a sua decisão de prolongar até quarta-feira a missão de Lecornu à frente do Executivo, com o objetivo de formar "uma plataforma de ação" que proporcione estabilidade ao Governo e evite eleições antecipadas.
O chefe de Estado francês quer cumprir o atual mandato até 2027 e já rejeitou a dissolução da Assembleia Nacional, apesar dos repetidos pedidos dos partidos da oposição e das crescentes críticas vindas dos seus aliados.
O ex-primeiro-ministro Gabriel Attal afirmou no canal de televisão TF1 que deixou de compreender as decisões do Presidente, enquanto Édouard Philippe se juntou esta terça-feira ao coro de vozes que pedem a antecipação das presidenciais.
"Isso seria digno do cargo", afirmou Édouard Philippe, líder do partido Horizontes e potencial candidato à Presidência, que considerou desolador o espetáculo político que o país está a viver e que "entristece os franceses".
Os diferentes partidos de esquerda aguardam a convocatória por parte do primeiro-ministro enquanto iniciam os seus próprios contactos, embora apareçam mais divididos do que nas legislativas do verão de 2024, quando juntos formaram o grupo parlamentar com mais deputados.
Socialistas e cmunistas rejeitaram o apelo a um encontro comum lançado pelo partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI) de Jean-Luc Mélenchon, que consideram demasiado radical por recusar qualquer diálogo com os centristas.
Ambos, tal como os ecologistas, exigem a nomeação de um primeiro-ministro de esquerda que leve a cabo uma mudança radical na política do país.
Já a LFI exige a demissão de Macron e, enquanto isso não acontece, irá apresentar uma moção de destituição que tinha proposto há alguns meses na Assembleia Nacional - um mecanismo nunca antes utilizado.
Também o presidente do partido de extrema-direita União Nacional (RN), Jordan Bardella, reiterou esta terça-feira no canal BFMTV o seu pedido por legislativas antecipadas e, ao mesmo tempo, propôs um pacto à direita tradicional para travar a esquerda.
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