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Projetos do Brasil e Guiné-Bissau ganham prémio da ONU para meio ambiente

Os 22 vencedores da edição deste ano recebem um prémio de 10 mil dólares (8.850 euros).

06 de junho de 2019 às 14:01

A Associação Indígena Kisêdjê e o Conselho Indígena de Roraima, do Brasil, bem como o Conselho de gestão da Área Marinha Protegida Comunitária Urok, na Guiné-Bissau, foram dois dos projetos vencedores do Prémio Equador das Nações Unidas, anunciou a organização.

O prémio, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), destaca soluções, inovadoras e com base na natureza, que permitam enfrentar os desafios das mudanças climáticas, meio ambiente e pobreza.

Os 22 vencedores da edição deste ano, selecionados de um grupo de 847 candidatos de 127 países, recebem um prémio de 10 mil dólares (8.850 euros), numa cerimónia agendada para Nova Iorque, a 24 de setembro, durante a 74.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

No Brasil, a Associação Indígena Kisêdjê, localizada no estado de Mato Grosso, que o PNUD considera um dos "mais desflorestados do Brasil", a ONU "transformou o 'status quo', recuperando as suas terras tradicionais e desenvolvendo um modelo de negócio inovador que utiliza o pequi, uma árvore nativa, para restaurar paisagens, promover a segurança alimentar e desenvolver produtos para o mercado local e nacional", referem as Nações Unidas.

Quanto ao Conselho Indígena de Roraima, o PNUD diz que esta aliança indígena "garantiu os direitos de 1,7 milhões de hectares de terras tradicionais para 55 mil povos indígenas." Ao mesmo tempo, adianta a ONU, ainda "promove a resiliência ecológica e social por meio da conservação de variedades tradicionais."

Já a zona marítima protegida das ilhas Urok, nos Bijagos, sul da Guiné-Bissau é a vencedora do prémio do PNUD devido à excelência do trabalho de conservação e desenvolvimento sustentável.

Segundo a carta da organização do prémio, a que a Lusa teve acesso, a organização não-governamental (ONG) guineense Tiniguena, enquanto dinamizadora das ações na área protegida das ilhas Urok, foi uma das vencedoras.

Na carta agradece-se "o notável trabalho" da Tiniguena no domínio da conservação, preservação do meio e ainda da promoção de um desenvolvimento sustentável dos habitantes de Urok, que compreende as ilhas de Maio, Formosa e Nago, bem como pequenos ilhéus, numa superfície de 545 quilómetros quadrados.

Com a dinamização da Tiniguena, os habitantes das ilhas Urok são descritos como "utilizadores do conhecimento tradicional para proteger o ecossistema marinho e de mangais críticos para mitigar as alterações climáticas, reduzir a erosão costeira e assegurar meios de subsistência sustentáveis para os povos indígenas dos Bijagós."

O prémio Equatorial, que existe desde 2002, já foi entregue a vencedores do prémio Nobel, como Al Gore e Elinor Ostrom, os ambientalistas Jane Goodall e Jeffrey Sachs, os filantropos Richard Branson e Ted Turner ou as celebridades Edward Norton, Alec Baldwin e Gisele Bündchen, pelo seu papel na preservação do meio ambiente.

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