Os manifestantes contra o aumento da idade da reforma, em França, bloquearam o acesso a um terminal do aeroporto, sentaram-se nos carris do comboio e entraram em confrontos com a polícia, esta quinta-feira, naquele que é já o nono dia de manifestações.
No centro de Paris, onde as manifestações têm sido pacíficas, a polícia viu-se obrigada a utilizar gás lacrimogéneo, depois de os manifestantes atirarem projéteis e incendiarem caixotes do lixo, de acordo com a agência
Reuters. Um restaurante da cadeia de fast food McDonald's foi vandalizado e o aeroporto Charles De Gaulle também foi atingido pelas ações dos manifestantes.
Pequenos grupos de anarquistas do "Bloco Negro" foram identificados entre os manifestantes. Os sindicatos temem que os protestos possam tornar-se mais violentos se continuar a não haver resposta política por parte dogoverno.
A polícia também disparou gás lacrimogéneo contra manifestantes em várias outras cidades francesas, como Nantes e Bordéus. Em Rennes, as autoridades utilizaram canhões de água. Em Lorient, o jornal
Ouest-France, citado pela
Reuters, disse que os projéteis causaram um incêndio no pátio de uma esquadra da polícia.
"Há muita raiva, [estamos perante] uma situação explosiva", disse o Secretário-Geral da Confederação Geral do Trabalho, Philippe Martinez.
O presidente francês, Emmanuel Macron, quebrou o silêncio sobre a nova política, para dizer que se manteria firme e que a lei entraria em vigor até ao final do ano. Comparou os protestos que estão a aconter em França com os de 6 de janeiro de 2021, a tempestade do Capitólio dos EUA.